terça-feira, 13 de dezembro de 2011

UFAL Campus do Sertão: mais uma miragem do processo de interiorização.

Por: Coordenação Ampliada do Sertão - DCE-UFAL  

            Estudar em uma universidade publica é uma aspiração de muitos brasileiros, talvez de todos, porém, sabe-se que a educação no Brasil, especialmente a superior, não esta ao alcance de todos, sendo um privilegio de poucos que conseguem atravessar o processo de seleção. Mas será que nossos anseios são satisfeitos somente por estarmos em uma universidade gratuita? Não! Pensar a universidade contextualizando-a com a realidade do nosso país é demasiadamente complicado, uma vez que em nenhum período da nossa história, a educação foi tida como prioridade. As universidades gratuitas, assim como todas as outras instituições de ensino, são utilizadas como aparelho para manutenção do mercado, pouco importando, desta forma, a qualidade do ensino e da aprendizagem, estas que ficam em segundo plano. A expansão das universidades publica dar-se nesse contexto, com o intuito de apresentar um Brasil numericamente desenvolvido, deixando sem direção o que verdadeiramente importa para a construção da ciência, para a instituição, para seus discentes, docentes e demais servidores, para a sociedade em geral, que é a qualidade. Esse projeto de extensão universitária deveria estar vinculado a um plano eficaz de desenvolvimento nacional para ajudar a resolver os problemas das particularidades de nosso país, contudo, tornou-se mais um problema para este país caótico. No sertão, a UFAL sobrevive em meio a imensas dificuldades de permanência. 

          Depois de um ano e meio funcionando em um colégio estadual, a tão esperada Universidade Federal de Alagoas no sertão, enfim, mudou-se para a sua sede oficial, melhor, para um bloco do prédio que ainda, depois de anos de promessas, encontra-se em construção, Começamos o segundo semestre letivo de 2011.2 em outubro deste ano em um bloco e estamos estudando e trabalhando dentro de uma obra. Temos somente algumas salas de aula funcionando e nossas dificuldades, não temos espaços para pesquisa, temos uma biblioteca pequena improvisada em uma sala,não temos restaurante e a única lanchonete que existe, não esta conseguindo atender a todos os membros da universidade. Não temos estacionamento, inclusive, a pavimentação da parte externa do campus até hoje não começou a ser feita, não temos laboratórios de informática, não temos espaço de convivência, não temos residência universitária, dentre vários outros problemas. E no pólo de Santana do Ipanema que é parte integrante do campus do sertão, ainda não há até hoje, depois de quase dois anos funcionando, previsão de quando o prédio começará a ser construído. 

Campus do Sertão - Obras inacabadas
           Essa é a universidade que temos, mas é esta a educação que queremos? É esse o projeto de universidade que pensam para a extensão, marcado pela precarização. São essas as reformas universitárias que fazem, as quais a sociedade é excluída da participação da construção desse projeto de universidade. É evidente que a UFAL chegou ao limite de sua expansão, não tem atendido sequer as demandas básicas. 

        Não podemos aceitar estar em uma universidade de qualquer jeito, a universidade deve ser publica gratuita e de qualidade, pois a sociedade produz recursos suficientes para ter uma educação de qualidade e todos os seus devidos direitos consolidados. Exigimos uma educação justa, capaz de atender nossos anseios e de toda a sociedade e, portanto, é preciso primeiramente que a educação para de ser pensada taticamente para manter o poder do sistema neoliberal.

É assim que encontra-se a UFAL no sertão: colocar fotos abaixo.

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