Professores da Ufal rejeitam proposta e mantêm greve

01/08/2012 16:00 - Educação
Por Redação
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Em assembleia desta terça-feira (31), os professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta apresentada pelo governo no dia 24.07. Encaminhado ao Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes/SN), em Brasília, o resultado vai ser somado aos das demais universidades do País e será apresentado pelos representantes dos docentes, na reunião de negociação desta quarta-feira (1º), às 19h, com representantes dos ministérios do Planejamento e da Educação.

A disposição dos docentes é manter a greve e prosseguir com as negociações sobre a concepção de carreira e os princípios de valorização profissional na universidade pública. Junto ao resultado, seguiram sugestões a serem levadas para a mesa de negociação e encaminhamentos para fortalecer o movimento grevista.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), professor Marcio Barboza, essa segunda proposta foi recusada
.pela categoria porque – da mesma forma que a primeira – desestrutura a carreira docente. “Não estabelece percentuais lógicos entre os níveis e mantém os impeditivos à progressão, fazendo com que muitos professores não atinjam o topo da carreira”, analisa.

Os professores chamam de desestruturação o fato de a tabela apresentada pelo governo não apresentar lógica alguma entre os níveis da carreira e mantém barreiras que impedem que todos os docentes alcancem o último nível. O entendimento é de que as reivindicações da categoria não foram contempladas e que o governo vem apresentando percentuais aleatórios ao invés de considerar a proposta protocolada pelos professores, em março de 2011.

Para os docentes, o governo ignora as principais reivindicações da categoria: reestruturação da carreira docente e melhorias nas condições de trabalho, pois muito mais do que discutir tabelas e valores ou mesmo estabelecer percentuais de reajustes salariais, é fundamental que sejam definidos os critérios para o ingresso, a progressão e a composição remuneratória do professor ao longo de sua carreira, levando em consideração os elementos da experiência acadêmica, a formação continuada e a avaliação do trabalho docente no contexto da avaliação institucional.

Acontece que o governo não tem levado em conta a proposta da categoria e ainda tem contribuído para confundir a sociedade apresentando números absolutos. Em vez de apresentar uma proposta que reestruture direitos conceituados, o governo apresenta valores nominais e omite a corrosão inflacionária.

Para isso, a categoria tem solicitado que o MEC tenha maior participação decisória nas negociações. “Que o CNG/Andes/SN afirme a necessidade da interferência e da participação mais incisiva do MEC na mesa de negociação, tendo em vista que a nossa discussão não é apenas econômica”, registra documento dos professores da Ufal enviado ao Sindicato Nacional.

Os professores também pedem que o MEC estabeleça, de forma clara, como devem ser solucionados problemas tais como a precarização do trabalho docente, o número excessivo de turmas por professor e de infra-estrutura, itens constantes da pauta local de reivindicações. Outra reivindicação local é a não privatização do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA). O encaminhamento é para que o CNG/Andes/SN mova uma ação cível pública contra a terceirização do setor do MEC que coordena os hospitais universitários no Brasil.

De acordo com levantamento realizado pelo Comando Nacional de Greve (CNG), 57 das 59 universidades em greve no País rejeitaram em assembleias gerais a última proposta do governo. “Isso mostra que até o momento o governo não ouviu os docentes, pois nós apresentamos uma proposta de reestruturação da carreira e ele propõe aparente esvaziamento conceitual e expressão de valores nominais em tabelas, que conduzem a uma desestruturação ainda maior da atual carreira”, disse a presidente do Andes-SN, Marinalva Oliveira.
 

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