Tumulto por falta de crachás para acesso a reunião impediu decisão nesta quinta
Marigleide Moura
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A reunião do Conselho Universitário para discutir a demissão dos 259 servidores terceirizados do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes foi suspensa. Segundo informações, foram distribuídos poucos crachás para acesso ao encontro, o que provocou tumulto no local.
Os manifestantes contrários a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no HU, reivindicam que a votação aconteça em um local maior, que possibilite que as lideranças estudantis possam assistir à sessão.
O reitor da Universidade Federal Eurico Lobo está em reunião e pode convocar nova reunião com os conselheiros a qualquer momento. No entanto, segundo o regimento do Consuni, a reunião só poderá ser retomada após decorridas 72 horas da interrupção. Na reunião extraordinária de hoje, os 53 conselheiros iriam deliberar sobre a adesão ou não do HU à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
A polêmica gira em torno da demissão de 259 trabalhadores terceirizados que mantêm o funcionamento de vários setores do hospital. A demissão é exigida pelo Tribunal de Contas da União e deve ser feita até o próximo dia 31 de dezembro. Segundo a direção do HU, sem esses servidores o hospital pode ser fechado. Lá, cerca de 10 mil pacientes são atendidos por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A alternativa para manter o funcionamento do hospital, segundo a direção do HU, seria um acordo entre as universidades com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que será implantada em todo o Brasil, com o objetivo de reformular o quadro de funcionários. Os 259 servidores foram contratados da antiga Fundação de Ensino Pesquisa e Extensão (Fundepes).
Contudo, para o Sindicato dos Trabalhadores da Ufal (Sintufal), a contratação pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) representa uma privatização dos serviços de saúde oferecidos pelo HU.
Na manhã de hoje, um grupo de estudantes e servidores desfavoráveis à adesão a Ebserh promete fazer um protesto. Eles vão usar camisas pretas e pretendem reafirmar o posicionamento contrário a contratação pela empresa.
Ontem o advogado da Advocacia-Geral da União, Miguel Ângelo, participou de uma reunião com diretores de unidades acadêmicas da Ufal. Ângelo foi convidado pelo reitor Eurico Lôbo para esclarecer sobre a legislação específica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Miguel Ângelo defende a criação da empresa e que as universidades não perderão sua autonomia na realização das atividades no hospital.
Primeira Edição © 2011