Projeto de Paleontologia busca fósseis em Alagoas

31/07/2012 12:55

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Ufal

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Os animais pré-históricos que viveram há milhões de anos na região do estado de Alagoas são objetos de estudo de projeto que pretende ampliar o conhecimento do passado para entender a evolução da espécie, além de contribuir com um acervo que é patrimônio cultural para o Estado. O Projeto “Fósseis de Alagoas” é uma iniciativa vinculada ao setor de Paleontologia do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas (MHN), sob a coordenação do professor Jorge Luiz Lopes da Silva.

Em parceria com o setor de Geologia, vem registrando várias descobertas nos sítios paleontológicos do Estado. De acordo com o pesquisador, mais de 60 fósseis já foram descobertos em 20 cidades alagoanas, onde são desenvolvidos levantamento, resgate e diagnóstico paleontológico do patrimônio fossilífero.

Atualmente, as pesquisas estão concentradas nos municípios de Olho d'Água do Casado, Piranhas, Poço das Trincheiras e Maravilha, no semiárido do Estado, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As últimas ocorrências foram registradas em Inhapí, quando um agricultor encontrou fósseis de animais que podem ser de Toxodontes (parecidos com hipopótamos), Preguiças Gigantes ou Mastodontes, assim como os mais comuns na região.

Paleontologia

O setor tem importante papel no conhecimento da ciência em Alagoas. Além da participação em eventos acadêmicos, leva apresentações sobre o assunto para várias escolas públicas e privadas na capital e no interior. Por meio das pesquisas de campo, amplia o acervo paleontológico do MHN/UFAL. "O acervo no presente consta de um significativo número de espécimes completos de ossos fossilizados de megamamíferos pleistocênicos do Estado de Alagoas. Dentre estes: dentes isolados, úmeros, tíbias e fíbulas, fêmures, escápulas, crânios, pélvis, vértebras, costelas, rádio e ulna, ossos da mão e do pé de vários animais da megafauna", afirma o professor Jorge Luiz.

Junto à divulgação, o projeto dedica-se à Educação Patrimonial, que visa orientar a população sobre a importância dos fósseis e como proceder no caso de um achado possivelmente paleontológico. A estudante do 6° período de Biologia, Elaine Pollyanna Alves da Silva, fala como é surpreendente trabalhar na pesquisa com fósseis. "No caso do sítio paleontológico de Itatiaia, nunca imaginei que, no fundo da lagoa, pudéssemos encontrar ossos de animais da megafauna em tão bom estado de conservação. Foi uma surpresa, tanto para nós quanto para os moradores locais", disse a estudante que desenvolve um trabalho de conclusão de curso sobre os achados do local.

A experiência do professor Jorge Luiz será contada num capítulo do livro "Patrimônio Arqueológico e Paleontológico - Alagoas", produzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tem lançamento previsto para o mês de outubro.

Alunas defendem a importância dos fósseis do Estado de Alagoas

"Um olhar sobre os Fósseis do Estado de Alagoas como Instrumento para a Educação Patrimonial", foi o tema do Trabalho de Conclusão de Curso das estagiárias dos setores de Paleontologia e Geologia, Dianne Almeida da Silva e Keyla Juliana Santos Bertolino Café, apresentado no final de 2011.

A proposta das estudantes de Ciências Biológicas é estimular as escolas de Ensino Médio e Ensino Fundamental dos municípios de Olho d’Água do Casado, Piranhas e Maravilha a conscientizar a população, por meio da Educação Patrimonial, sobre a importância dos fósseis nessas localidades.

A monografia tece orientações quanto ao trabalho de coleta de material, que deve ser feito por profissionais com a autorização prévia do órgão competente, para evitar a perda de informações nas pesquisas científicas.

Dianne e Keyla tiveram como orientador o professor doutor Jorge Luiz Lopes da Silva, do Instituto de Ciências Biológicas da Ufal, que também esteve presente na banca examinadora, junto às professoras Ana Paula Lopes da Silva, do Instituto de Geografia e Desenvolvimento do Meio Ambiente (IGDEMA) e Lilian Carmen Lima dos Santos, do ICBs, da Universidade Federal de Alagoas.

Primeira Edição © 2011