Universidade de AL continua sem aulas após tiroteio em campus

Professores e estudantes do campus da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) em Arapiraca (102 km de Maceió) decidiram nesta sexta-feira manter as aulas suspensas até que o governo estadual transfira os cerca de 200 detentos do presídio Desembargador Luiz de Oliveira Sousa, o que não tem data para acontecer.

Universidade de AL para após fuga de presos e tiroteio no campus

As atividades no campus estão paradas desde o dia 2 de abril, quando, numa fuga de presos, houve troca de tiros na área da universidade, vizinha ao presídio.

Cerca de 2.200 alunos de 14 cursos estão sem aulas há 38 dias. O reitor da Ufal, Eurico Lôbo, diz que não há condições de retomar o funcionamento enquanto os presos estiverem no prédio ao lado.

"Já decidimos que a volta das atividades está condicionada à solução dessa questão. A expectativa é que tenhamos uma solução em breve", diz Lôbo.

No entanto, o governo ainda não definiu uma data para a desativação da unidade.

Segundo a Superintendência Geral de Administração Penitenciária, o que há de concreto até agora é o processo de desapropriação de um terreno na cidade vizinha de Craíbas (145 km de Maceió), onde deve ser construído um novo prédio.

Da Justiça, a comunidade acadêmica espera revisão das penas para desafogar o presídio. O reitor disse que deve ser feito um mutirão para rever a situação dos presos. A Folha não conseguiu falar com a Vara de Execuções Penais para confirmar a informação.

Sem data para retomar as aulas, a universidade ainda não definiu como vai repor o tempo perdido. "Sem dúvida há um prejuízo. Como a situação é crítica, o que se tem que fazer é uma reprogramação do calendário e um esforço coletivo de professores, alunos e técnicos", afirmou o reitor.