Calouro contesta divisão de vagas e abre processo contra a Ufal

16 abr 2013 - 10:57


Paulo Vitor mostra documento que contesta divisão de vagas na Ufal (Foto: Waldson Costa/G1)

Paulo Vitor mostra documento que contesta divisão de vagas na Ufal (Foto: Waldson Costa/G1)

Atrasos na divulgação de editais e listas dos aprovados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), aliados a algumas informações desencontradas, transformaram a vida do calouro cotista do curso de Medicina, Paulo Vitor Santos Ribeiro, de 26 anos, em uma confusão.

Aprovado em segundo lugar no curso de Medicina da Ufal, na lista de cotistas oriundos da escola pública, o mineiro Paulo Vitor pediu demissão do emprego e viajou às pressas da cidade de São João Del Rei, Minas Gerais, onde morava com a família, para estudar em Maceió, Alagoas.

“Quando cheguei, fiz a pré-matrícula e recebi os parabéns dos servidores da universidade, que informaram que as aulas começariam esta semana. No dia 8 deste mês, fui informado que meu nome não está na relação dos alunos que vão começar a estudar neste semestre, mas sim, no mês de setembro. Daí começou toda a confusão. Não tenho condições de voltar para casa, estou sem emprego em Maceió e morando de favor”, expôs Paulo Vitor, ao informar que tinha o objetivo de passar o semestre estudando e que já negociava uma vaga na residência universitária.

Após a informação da reitoria de graduação, ele entrou com um processo administrativo contestando o remanejamento de turma e vem buscando junto a Defensoria Pública da União uma liminar para frequentar o curso neste semestre.

“Nada do que a Ufal falou até agora para tomar essa decisão justifica a medida. Falta transparência neste processo que seleciona os estudantes de cada turma. Tanto, que os critérios adotados são questionáveis. Um exemplo disso é que nas vagas que sobraram após a pré-matrícula eles convocaram pessoas da lista de espera, que já estão se encaixando nesta primeira turma. Me sinto prejudicado diante das informações desencontradas, informações essas que me obrigaram a vir às pressas para Maceió para depois esperar por 5 meses”, completa o estudante.

Ao expôr que não tem como voltar para Minas Gerais e depois retornar em setembro para Maceió, Paulo Vitor também busca apoio junto ao Ministério Público Federal (MPF) para conseguir ser inserido na turma deste semestre do curso de Medicina. Além disso, ele vai entrar com uma ação pedindo danos materiais e morais.

Ufal

Ao falar com a reportagem do G1, o pró-reitor de Graduação da Ufal, Amauri Barros, expôs que a universidade vem cumprindo legalmente o que determina o edital do Sisu. Segundo ele, o estudante não foi prejudicado porque tem a vaga garantida para a turma do segundo semestre.

“A Ufal vem adotando desde 2004 a política de cotas numa abrangência até maior, de 25%, do que determina o Mistério da Educação. O que é importante destacar é que este não é um caso isolado. Há uma série de estudantes que foram aprovados, porém só vão começar a estudar no segundo semestre”, expôs Amauri Barros.

Quanto ao critério adotado pela Ufal, o pró-reitor de Graduação disse que a instituição vem mantendo na primeira turma os aprovados que apresentaram uma pontuação maior, deixando para segunda o grupo seguinte.

“Como o edital do Sisu não determina como deve ser feito o chamado, apostamos no sistema de mérito. Além disso, estamos atentos também aos casos onde as vagas podem surgir após o início das aulas, de pessoas que fizeram a pré-matrícula, mas que não vão cursar porque também foram aprovados em outras universidade”, completou Barros.

Por G1/AL

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