Após cinco meses de reforma e muita polêmica, nesta segunda-feira (8) os exames de necropsia passarão a ser realizados no Centro de Ciências Biológicas (CCBi), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), localizado ao lado da atual sede do Instituto Médico Legal de Maceió, no bairro do Prado. Com a mudança, os exames deixarão de ser realizados no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) e no Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca.

A decisão foi anunciada na última semana durante uma reunião entre representantes do IML, da empresa responsável pela obra de reforma do espaço e o Ministério Público. Fernando Nanes, representante da Elo Engenharia, disse na reunião que serão entregues duas áreas para realização de exames em corpos em estado de decomposição  além de uma sala para a realização de necropsia.

A greve dos médicos legistas, iniciada em junho do ano passado, acabou levando transtornos ás famílias que aguardavam a liberação dos corpos de familiares e pressionou o governo a tomar medidas para melhorar a atual estrutura do IML e das condições de trabalho dos legistas.

Em entrevista ao CadaMinuto, Welington Galvão, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Alagoas (Sinmed/AL) afirmou que a entrega das novas salas no CCBi atendem parte das reivindicações da categoria.

“Após dez meses de luta, vemos a reforma concretizada e isso representa uma vitória. Apesar de não estar tudo pronto, as salas entregues irão amenizar o sofrimento da população. A culpa da greve e do sofrimento das famílias acaba sendo culpa do estado”, dispara.

Obras demoraram mais do que esperado

Em obras desde outubro do ano passado, de início o orçamento apontava que seriam gastos R$ 724 mil para a reforma do espaço para abrigar a estrutura do IML enquanto a nova sede não ficasse pronta. Após algumas mudanças no projeto e atrasos, a reforma recebeu R$ 401 mil a mais do previsto pela Secretaria de Defesa Social.

Durante a realização da primeira exumação dos cadáveres que foram enterrados sem a exumação do procedimento, o diretor do IML, Luiz Mansur, disse na sexta-feira (5), esperar que com a nova estrutura pronta, os serviços sejam mais rápidos. “Nós temos carência de material e pessoal, então qualquer trabalho que esteja fora do programado se torna complicado. A nova estrutura no CCBi vai otimizar nosso serviço”, disse.

Welington afirma que ainda faltam aparelhos importantes para a realização de procedimentos no IML, a exemplo de uma máquina de raio-x. Galvão disse também que há uma urgência para a contratação de mais médicos. Ele estima que sejam necessários a contratação de mais 30 profissionais para atuar nas unidades de Maceió e Arapiraca.

“Desde que a greve começou, quatro médicos foram aposentados e isso complica ainda mais o quadro de funcionários. Era necessário o dobro de profissionais. Apesar das conquistas, a classe medica continua vigilante, finalizou.