O Hospital Universitário de Maceió, que pertence a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), passa por dificuldades para atender os pacientes com câncer.
O diretor geral do HU, Paulo Teixeira, diz que a unidade de saúde precisa de pelo menos mais 30 novos leitos. Ele conta que há pelo menos mil casos de diagnótico da doença sem cobertura de internação. Mas para ampliar o número de leitos é preciso também contratar funcionários de forma emergencial, ou seja, sem concurso público. Foi por esse motivo que a direção do Hospital foi até o Ministério Público do Trabalho.
"Nós precisamos da contratação de funcionários de 'forma precária' pela Fundação da Universidade por um período determinado enquanto o Hospital consegue atingir seu contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares" explica o diretor do HU.
O impasse está justamente em uma ação do Ministério Público do Trabalho contra a Ufal por contratar funcionários sem concurso público no ano de 2000.
A Ufal foi condenada, mas conseguiu a prorrogação por quatro vezes e até hoje não cumpriu a sentença. Na época, a universidade alegou que dispensar funcionários iria comprometer serviços essenciais.
O problema continua e, com a carência de leitos para oncologia, muitos pacientes acabam indo para o Hospital Geral do Estado (HGE) que não tem condições de receber essas pessoas.
Mas a falta de leitos prejudica até mesmo outras áreas do próprio HU, segundo o ditretor geral.
"Eu termino invandido leitos de outras clínicas e, como se trata de um hospital de ensino, acaba prejudicando alunos de outras áreas", diz Paulo Teixeira.
O Procurador do Trabalho, Rafael Alencar, entendeu as dificuldades do HU e permitiu a contratação de anestesistas e cirurgiões. "Essa medida é até que esse pessoal seja substituído por profissionais aprovados mediante a concurso público", diz.