Santana do Ipanema: Vários crimes, mas nenhuma solução

07 mar 2013 - 04:33


Crimes bárbaros e misteriosos aconteceram em Santana do Ipanema em pelo menos um ano, e a Polícia Civil tem tido dificuldade em apresentar dados que apontem os responsáveis

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Foto: Montagem / Arquivo

A sensação de insegurança em que vive a população de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, é enorme, principalmente pelo número de crimes que vêm acontecendo com frequência e, pior, sem nenhuma solução apresentada à sociedade pelas autoridades competentes.

É provável que, em apenas um ano, numa cidade de pouco mais de 45 habitantes, ninguém tenha ideia no número de assassinatos ocorridos no município.

O Alagoas na Net trás uma série de crimes ocorridos em Santana do Ipanema, em pouco mais de um ano, o que mostra o quanto a cidade mais importante do sertão está vulnerável ao crime.

Em 2012/Janeiro

professorNo início de 2012 a população santanense ficou chocada com o assassinato do professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Sharlinton Harryson Barbosa da Silva, de 29 anos.

O professor, que lecionava em Maceió, mas residia em Olho d’Água das Flores, foi morto, no dia 7 de janeiro, por volta de 19h, quando se deslocava para casa, depois de fazer rápida visita a seus familiares em Santana do Ipanema.

A primeira versão apresentada pela polícia foi a de que o professor poderia ter sido vítima de uma tentativa de assalto, e teria sido alvejado por não atender a ordem de parar o seu veículo. No entanto, outra versão, não oficial, leva a crer que o mesmo pode ter sido morto por engano, já que nada foi levado do seu veículo.

Abril

Em abril o pedreiro José Alexandre Alves Filho chegava ao trabalho, em seu veículo, no bairro São José, acompanhado de sua esposa e seus dois filhos, menores de idade, quando foi abordado por quatro homens fortemente armados que desferiram vários tiros contra ele e sua família. O pedreiro morreu no local depois de receber vários disparos na cabeça. Seus familiares também foram atingidos, mas sem maiores gravidade.

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O pedreiro foi morto na frente de sua família (Foto: Arquivo)

Outro caso que deixou a cidade em polvorosa aconteceu no feriado de 21 de abril. Quando chegava a sua chácara, às margens da BR-316, próximo ao povoado Areais, o funcionário da Eletrobras, Nilson Queiroz de Melo Júnior, mais conhecido por “Júnior da Ceal”, foi assassinado a tiros de pistola, por volta do meio-dia.

No início do mês de dezembro, o delegado Roberval Davino, Diretor da Polícia Judiciária – Área I, da Polícia Civil, informou que as investigações à cerca deste caso já estavam bem adiantadas. “Já descobrimos os autores materiais deste crime, mas para concluirmos o caso precisamos também saber quem foi o autor intelectual, pois o crime se caracterizou como crime de mando”.

Ainda, no mês de abril, desta feita no dia 25, uma adolescente de apenas 18 anos foi morta dentro de sua casa enquanto assistia televisão.

Deliene da Silva, tinha acabado de chegar em casa, no bairro Lagoa do Junco, onde morava com a avó, quando um homem, utilizando-se de uma motocicleta, teria chegado, entrado na casa e lhe dado um tiro na cabeça. A avó da vítima ainda chegou a ver o atirador, mas nada pôde fazer em favor da neta, que morreu no local.

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Junior e Deliene foram registrados numa festa dias antes dos crimes (Foto: Cortesia)

Julho

No primeiro dia de julho, numa tarde de domingo, a aposentada Cícera Francisca da Silva, de 62 anos, foi brutalmente assassinada, a poucos metros de sua residência, no bairro São Pedro. De acordo com as primeiras informações obtidas, a vítima teria sido surpreendida pelas costas, por um rapaz que lhe desferiu um golpe com um objeto perfurante, sem chances de reação, Cícera faleceu no local antes de receber socorro.

Crime contra idosa ainda não tem solução (Foto: Arquivo)

Crime contra idosa ainda não tem solução (Foto: Arquivo)

Outubro

No dia 14 de outubro, a vitima foi o jovem Esvaldo André da Silva, de 26 anos, conhecido por “Pança. O mesmo foi assassinado por volta das 21h. Segundo informações da Polícia Militar, Esvaldo foi atingido por vários disparos de arma de fogo, quando transitava pela Rua Pedro Brandão. Populares afirmaram que viram dois homens numa moto, que teriam se aproximado da vítima e efetuado os disparos.

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Jovem ficou conhecido por trabalhar num salão de beleza (Foto: Arquivo)

Novembro

Era dia de feira livre, muito movimento, às 12h30, do dia 4 de novembro, quando José Vailson Vieira dos Santos, de 33 anos, foi alvejado por vários tiros e morreu no local. As informações levantadas pela polícia indicaram que o mesmo vinha sendo seguido por três pessoas, e que foi surpreendido e assassinado.

Enquanto participava de uma vaquejada, no sítio Queimada do Rio, Eraldo Aquino, popularmente conhecido por “Eraldo Margarida”, foi assassinado com vários disparos de arma de fogo, na madrugada do dia 18 de novembro.

A Polícia Militar apurou que o atirador teria recebido o apoio de outra pessoa, pois, após cometer o crime, teria se evadido do local na garupa de uma motocicleta.

Vailson e Eraldo foram seguidos e mortos a tiros (Foto: Arquivo)

Vailson e Eraldo foram seguidos e mortos a tiros (Foto: Arquivo)

Em 2013/Fevereiro

Amauri dos Santos, de 45 anos, mais conhecido por “Galego do Bar”, encontrava-se em frente ao seu estabelecimento comercial, no bairro Artur Morais, no dia 10 de fevereiro, quando, às 23h30, dois homens se aproximaram, a pé, e lhe desferiram vários tiros de arma de fogo. Sem condição de reagir Galego do Bar morreu no local.

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Comerciante foi morto com vários tiros (Foto: Arquivo)

Catorze dias depois, próximo aquele bairro, na Travessa Pancrácio Rocha, Jéssica Soares Diniz, de 21 anos, foi morta na porta de sua casa. A jovem foi alvejada por quinze tiros e ainda foi levada com vida ao hospital local, mas não sobreviveu aos ferimentos e morreu 24 horas depois.

Março

Na zona rural, a brutalidade de um monstro acabou com vida de Eva Gomes da Silva, de 32 anos, mãe de uma menor de 7 anos. Antes de morrer ela foi espancada e enforcada violentamente com uma camisa, na noite de domingo (3), no sítio Riacho Fundo, localizado a poucos metros de sua residência.

Jessica e Eva foram a duas vítimas mais recentes no município

Respostas da PC

Diante de tantos crimes, nossa reportagem tentou buscar respostas com o delegado Rosivaldo Vilar, responsável pela 2ª Delegacia Regional de Polícia, em Santana do Ipanema, informou que a Polícia Civil está investigando a fundo todos estes casos, porém, alguns tem tido mais dificuldade de obter informações.

“A população pode ter certeza que a polícia está investigando seriamente todos os casos, contudo, temos alguns crimes que já se encontram bastante adiantados, mas outros não temos nenhuma linha de investigação, devido às poucas informações obtidas”, relatou o delegado.

À frente da 2ª DRP, desde o mês de julho do ano passado, Vilar revelou que, casos como o do funcionário público “Junior da Ceal”, da jovem Deliene [morta na Lagoa do Junco], da adolescente Jéssica [morta com quinze tiros] e da agricultora Eva Gomes [morta estrangulada], já tem seus autores identificados, mas a polícia ainda busca meios para capturá-los.

Já os casos do pedreiro José Alexandre [morto na presença da família], a aposentada Cícera Francisca [vítima de facadas], José Vailson [assassinado na feira livre] e por fim, o crime de Amauri [Galego do Bar], se encontram ainda sem uma linha investigativa definida, pois as informações não levam a suspeitos em potencial.

Por último, o delegado regional se referiu aos casos: do professor Sharlinton Harryson e o do funcionário público “Eraldo Margarida”. “Esses dois estão a cargo do Diretor da DPJ 1, Roberval Davino”, e limitou-se apenas a informar que os mesmos estão sendo investigados.

Da Redação

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