10/03/2013 12h20 - Atualizado em 11/03/2013 13h32

Museu de História Natural de Alagoas está com sala de exposição fechada

Espaço não funciona há quase 3 anos, motivo é a falta de estrutura física.
Responsável pelo local, Ufal aponta que resolverá problemas do espaço.

Do G1 AL

Escada do museu proporciona viagem no tempo.  (Foto: Pedro Mesquita/G1)Escada do museu proporciona viagem no tempo (Foto: Pedro Mesquita/G1)

Com a estrutura do prédio comprometida e sem os investimentos adequados para manutenção do espaço de estudo e pesquisa, a sala de exposição do Museu de História Natural (MHN), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), está fechada há quase três anos. Para disponibilizar o acesso da população ao acervo, estudantes vinculados ao MHN estão realizando, no fim de semana, uma exposição intinerante em um shopping de Maceió.

Localizado no bairro do Farol, o museu possui diversas coleções científicas da biodiversidade, riquezas minerais, antropologia e arqueologia de Alagoas. Na sala que foi fechada também eram expostas peças taxidermizadas de animais peculiares que habitaram o estado, a exemplo de uma preguiça gigante encontrada em pleno Sertão.

Veja algumas fotos do Museu de História Natural de Alagoas

Os únicos animais vivos que vivem no prédio são três jiboias, que ficam próximas à sala de exposição – interditada há mais de dois anos devido a problemas de caráter estrutural. Com o problema no ambiente, há na entrada do prédio apenas uma pequena parte do acervo para a apreciação dos visitantes.

Na escada que dá acesso ao segundo pavimento do museu, é possível viajar em uma linha do tempo da evolução dos seres vivos. O visitante também pode observar os laboratórios onde especialistas estudam as diversidades dos ecossistemas do estado.

Por não haver local para exposição, animais ficam em armários. (Foto: Pedro Mesquita/G1)Por não haver local para exposição, animais ficam
em armários (Foto: Pedro Mesquita/G1)

Em uma das salas do museu, utilizando a técnica da taxidermia, profissionais conseguem reproduzir a forma de diversos animais para estudo e exposição. A preguiça não está à mostra, mas outros animais como jacarés e até um pinguim foram recriados. Pela falta de estrutura,  todos ficam guardados em armários de metal dentro de laboratórios.

Apesar das análises e experimentos, a situação dos laboratórios põe em risco a própria integridade do material armazenado. Um incêndio ocorrido na terça-feira (12) de carnaval em um dos espaços do museu quase extinguiu fosseis e outras raridades, preocupando os pesquisadores.

Incêndio danificou apenas os computadores de uma das salas do museu. (Foto: Pedro Mesquita/G1)Incêndio danificou apenas os computadores de uma das salas do museu (Foto: Pedro Mesquita/G1)

“Os bombeiros nos informaram que havia um extintor vencido na sala que pegou fogo, mas por sorte só alguns computadores ficaram danificados, o laudo preliminar informou que provavelmente foi um curto-circuito em um ar-condicionado”, afirmou o diretor-geral do museu, Fábio Henrique Menezes.

“Uma semana antes, motivado por um incêndio no museu da PUC-MG, eu havia mandado uma carta para a Ufal (Universidade Federal de Alagoas) pedindo mais segurança no prédio. Mas não adiantou”, continuou o diretor.

Forro de um dos ambientes do museu está visilvelmente danificado. (Foto: Pedro Mesquita/G1)Forro de um dos ambientes do museu está
visilvelmente danificado. (Foto: Pedro Mesquita/G1)

Em outra sala, onde são conservadas diversas espécies vegetais e o ar-condicionado precisa estar ligado 24h por dia, o caos é denunciado pela aparência do teto, onde o forro está bastante danificado e as fiações expostas.

Para o professor de paleontologia e diretor técnico do museu, Jorge Luiz Lopes, o que era para ser uma extensão da universidade, hoje se resume a pesquisa. “Seria importante que o material ficasse exposto, sem isso somos apenas algumas pesquisas”, afirmou.

Mesmo guardando um enorme quantidade de amostras da fauna e flora alagoana, o museu não pode expor suas peças por falta de um espaço adequado.  Há quase 3 anos o local não abre sua sala de exposição.

Para disponibilizar o acervo ao público alagoano, foi montada uma segunda exposição itinerante, no Shopping Pátio Maceió, que começou sábado (9) e termina neste domigo (10). Esta não é a primeira exposição itinerante que o museu faz. Em 2012, tiveram que ser adquiridos móveis específicos, através de uma verba do CNPQ, para que as peças fossem expostas durante o lançamento de um livro de paleontologia.

O diretor-geral do museu explicou que já propôs a universidade algumas possibilidades para resolver os problemas como a construção de um novo prédio para abrigar todos os setores em funcionamento, a ocupação de um imóvel da própria universidade ou até um prédio do Insituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
 

Sala de exposição do Museu de História Natural está parada há quase 3 anos. (Foto: Pedro Mesquita/G1)Sala de exposição do Museu de História Natural está fechada há quase 3 anos (Foto: Pedro Mesquita/G1)

Segundo o professor Eduardo Lyra, pró-reitor de extensão da Ufal, o museu é muito valioso para todo comunidade e esforços estão sendo feitos para que seu funcionamento volte ao normal. Ele informou que o reitor da Ufal, Eurico Lôbo, está sendo bastante atencioso a causa. 

“Estamos nos empenhando bastante, surgiu inclusive a possibilidade de o museu ocupar um prédio do Iphan, no bairro de Jaraguá. Se não der certo, vamos trabalhar em melhorar por definitivo o imóvel atual”, explicou.

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O museu abriga algumas coleções de grande destaque no Nordeste. (Foto: Pedro Mesquita/G1)Museu abriga algumas coleções de grande
destaque no Nordeste. (Foto: Pedro Mesquita/G1)

Para Lopes, apesar da falta de estrutura, o local vem desenvolvendo atividades, formando grandes pesquisadores e preservando um acervo considerável. “Algumas das nossas coleções estão entre as maiores e melhores de todo Nordeste”, completou.

Museu
O Museu de História Natural é vinculado a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e foi criado no ano de 1990 através da iniciativa de alguns professores da instituição. Como guardião da biodiversidade de Alagoas, ele representa um patrimônio de grande importância para o estado. O pédio funciona na antiga faculdade de odontologia da Ufal.

Endereço/Contato:
Museu de História Natural - UFAL
Av. Aristeu de Andrade, 452, Farol
CEP: 57051-090 - Maceió/AL
Telefones: (82) 3221-2724 / 3326-1558

 

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