Violeiros e trovadores são atrações à parte na VI Bienal do Livro

31 out 2013 - 00:07


O som da música popular atraiu público de várias idades, que aos poucos, se identificou com as letras e melodia do poeta nordestino.

Foto: Vitor Beltrão

Foto: Vitor Beltrão

“Eu me fiz na viola pra ser cantador e divulgar a arte da vida”, assim o repentista João Procópio definiu o seu trabalho. Violeiro há 40 anos, o maceioense se apresentou nesta quarta-feira (30-10) na VI Bienal Internacional do Livro de Alagoas, arrancando aplausos e sorrisos dos presentes.

Elias Procópio de Lima, popularmente conhecido por “João Procópio”, de 73 anos, faz parte da Associação dos Violeiros e Trovadores de Alagoas (AVTA), seus relatos vão da origem do próprio nome, que segundo ele, surgiu devido a um “atraso no batismo” e uma escolha feita pelos padrinhos, a “causos” populares vividos quando criança.

“Quando meus pais foram me batizar, eu já era grande, e muito parecido com meu pai, que se chamava João, daí o apelido. No batizado foi me dado o nome de Elias devido ao santo Elias, mais aí já ficou difícil de pegar”, relata o tocador.

Em sua passagem pela Bienal, João apresentou uma de suas especialidades na arte da viola: as sextilhas. O musicista explica que as sextilhas são versos em forma de seis estrofes cantadas pelos violeiros, mais popularmente conhecido como “repente”. Nela, o intérprete pode fazer “o canto” improvisado ou mesmo tocar musicas de seu repertório regional habitual.

O som da música popular atraiu público de várias idades, que aos poucos, se identificou com as letras e melodia do poeta nordestino. Das lamúrias de um trabalhador sertanejo até as hilárias situações de um matrimônio, o músico mostrou seus versos.

Foto: Vitor Beltrão

Foto: Vitor Beltrão

Ao ser questionado de onde vem o desejo de cantar e sobre o que o influenciou, o artista é bem objetivo. “Eu me fiz na viola pra ser cantador e divulgar a arte da vida. Tem cantador que não tem aquele sentimento de poeta, pois poeta é aquele que escreve, que tem sentimento. Eu me considero um poeta nato. Eu escrevo. Vou atrás da arte”, diz João Procópio.

Além da tarde desta quarta-feira (30-10), os visitantes da VI Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que quiserem prestigiar essa arte, ainda podem ter essa oportunidade. Segundo o repentista, essa foi a segunda apresentação promovida pela AVTA no evento e terá mais uma, na próxima sexta-feira (01-11). O horário é o mesmo, às 12h20. Vale muito a pena.

Por Lucas Malta e Vitor Beltrão – colaboração

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