19/09/2013 09h53 - Atualizado em 19/09/2013 16h50

Professor que matou mãe em AL deve ir para manicômio, diz delegado

Em depoimento, Fabio Rotilli alegou que tem problemas mentais.
Mãe tentou interná-lo no dia anterior à morte, após surto do professor.

Carolina Sanches e Natália SouzaDo G1 AL

O professor universitário Fábio Augusto Antea Rotilli, de 33 anos, que confessou ter atropelado e matado a mãe no final da tarde da quarta-feira (18), em um trecho da rodovia BR-316, em Satuba, cidade da grande Maceió, deve cumprir pena em um manicômio judiciário, caso seja condenado, segundo o delegado que lavrou o termo de flagrante, Gilson Rêgo. Ele foi autuado por homicídio qualificado por motivo torpe.

A reportagem do G1 localizou um vídeo no Youtube, gravado pelo professor universitário, onde ele declama uma música de uma banda de rap que faz alusão a um diário de um detento. A polícia também já teve acesso ao vídeo, segundo o delegado Gilson Rêgo. (Assista ao vídeo)

"Em depoimento ele já alegou que tem problemas mentais. O advogado deve conseguir atestar a insanidade mental dele, mas o crime não ficará impune. Deverá correr em outra sanção, mas não será impune. Suponho que ele cumpra pena em um manicômio judiciário", afirmou o delegado à reportagem do G1.

Rêgo destacou ainda, que Rotili afirmou não ter tentado matar a mãe em outra oportunidade. "Já o ouvi e também colhi depoimentos da amiga da mãe, que foi testemunha ocular. Ela estava hospedada na casa dele, no bairro do Poço, em Maceió e afirmou que na terça-feira (17), Rotili teve um surto e a mãe ligou para o Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu) para interná-lo, mas o rapaz conseguiu persuadir a equipe. Se ele tivesse sido internado, isso poderia ter sido evitado", afirmou.

Segundo o delegado, Roitlli fará um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e será encaminhado à Casa de Custódia, onde ficará à disposição da Justiça. "Quem assumirá o caso a partir de agora é a delegada Rebeca Cordeiro, e o processo será julgado no fórum de Satuba, onde ocorreu o atropelamento", disse Rêgo.

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Professor posta foto com a mãe em rede social.  (Foto: Reprodução/Facebook)Augusto Rotilli postou em seu perfil na rede social uma foto com a mãe em uma praia de Maceió. (Foto: Reprodução/Facebook)

Professor trabalhou na Ufal no dia do crime
A diretora acadêmica da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Eliane Aparecida de Holanda Cavalcanti, contou que Rotilli trabalhava na universidade há dois anos, desde que assumiu o concurso público para professor efetivo. Ele ministrava aulas para alunos do primeiro turno de diversos cursos do campus.

Eliane disse que recebeu a notícia com muita surpresa porque o professor nunca apresentou nenhum comportamento diferente e que a direção não recebeu nenhuma reclamação por parte dos alunos. “Se estivéssemos recebido queixas, acredito que ele seria encaminhado para avaliação psicológica, mas isso nunca aconteceu”, falou.

A diretora falou que conhecia a mãe de Rotilli e que ela constantemente estava presente no campus. “A mãe do professor estava no campus ontem (quarta-feira) e almoçou com ele. Ela ainda acenou para mim. Não percebi nenhum comportamento estranho entre eles e sempre achei que a relação entre mãe e filho era muito boa. Todos no campus ficamos muito chocados com o que aconteceu”, lamentou.

Na noite de quarta-feira (18), a polícia informou que Alda Marina morava no Paraná e teria vindo a Maceió para visitar o filho e ajudar a viabilizar, junto à Ufal, a licença dele para tratamento psicológico. A polícia disse ainda que a viagem a Arapiraca teria sido feita por eles para que um atestado médico do professor fosse entregue na universidade. Eliane disse desconhecer essa informação e disse que nunca foi procurada por Rotilli sobre alguma licença.

 

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