21/12/2014 09h24 - Atualizado em 21/12/2014 09h24

Pesquisadora apresenta produto para acabar com praga helicoverpa em AL

'Gemstar' tem cor escura e precisa ser diluído em água para aplicação.
Surto de Helicoverpa armigera deixou estado em emergência fitossanitária.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

Pela primeira vez, pesquisadores aplicam em propriedade rural de Alagoas um produto biológico para combater a praga Helicoverpa amigera, que atinge 33 municípios do estado. A mistura recebe o nome de "gemstar" e foi cedida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O surto da praga levou o governo federal a declarar estado de emergência fitossanitária no estado por um período de um ano, a contar da data da publicação no Diário Oficial da União, no dia 27 de março deste ano. O documento foi assinado pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller.

A lavoura do produtor José Luiz Barbosa foi a escolhida para testar o produto. Ele vestiu o Equipamento de Proteção Individual (EPI) e recebeu orientações da pesquisadora para misturar o produto com água. Em uma área de um hectare plantado, são 200 litros de água para cada meio litro do produto que não agride as plantações. “Eu perdi tudo na última plantação, porque não sabia controlar a larva. Agora estou animado para ver minha plantação crescer”, afirma.

A engenheira agrônoma e pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Jakeline Santos diz que o produto é feito com o vírus da Helicoverpa amigera e comercializado na forma líquida. “Além disso, é preciso saber que o produto tem coloração escura e precisa ser diluído em água para se aplicar nas plantas”, afirma.

Ainda segundo a pesquisadora, o resultado deve ser visto em poucos dias. “Após o quarto dia de aplicação, a larva deixa de se alimentar. No sétimo dia elas começam a morrer e ficam presas nas plantas”, diz Jakeline.

Vazio sanitário
Para combater a praga Helicoverpa amigera, um grupo técnico formado pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Secretaria da Agricultura de Alagoas, Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (EMATER/AL) e Universidade Federal de Alagoas (Ufal) decidiu criar entre os meses de janeiro a março de 2015 o chamado vazio sanitário. Nesse período, os agricultores do estado estão proibidos de plantar feijão, milho, algodão, sorgo (milho-zaburro) e soja.

Os primeiros focos da praga em Alagoas surgiram no final de 2013, nas cidades de Limoeiro de Anadia e Arapiraca e depois se espalhou para outros pontos do estado. Desde então, pesquisadores da Ufal e de órgãos de controle agropecuário como a Adeal estudam o comportamento da lagarta nas plantações do estado.

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