07/07/2014 12h29 - Atualizado em 07/07/2014 16h30

Comed denuncia ao MP que Maceió substitui professores por estagiários

Denúncia foi protocolada pelo Conselho nesta segunda-feira (7).
Secretária diz que todos são acompanhados por profissionais qualificados.

Carolina SanchesDo G1 AL

Conselheiros protocolaram denúncia no MP (Foto: Carolina Sanches/G1)Conselheiros protocolaram denúncia no MP
(Foto: Carolina Sanches/G1)

O Conselho Municipal de Educação de Maceió (Comed) entregou ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL), nesta segunda-feira (7), uma representação denunciando que o Município comete irregularidades na utilização de estagiários para ministrar aulas na rede pública de ensino sem qualquer acompanhamento de um profissional qualificado. A medida, segundo os conselheiros, tem sido adotada para suprir a carência de docentes.

Os conselheiros afirmam que existem 151 estagiários que ministram aulas na educação infantil e no ensino fundamental. “O estágio não é proibido, mas ele não pode servir para suprir uma carência existente no município. O ideal é que, além de concurso público, os professores que são do quadro e estão cumprindo outras funções retornem para as atividades”, falou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Maria Consuelo.

A reportagem do G1 procurou a prefeitura de Maceió para comentar as denúncias protocoladas pelo Comed. Por meio de nota, a assessoria da Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) informou que os estagiários vinculados à pasta estão sob a supervisão de um profissional da educação (professor ou coordenador pedagógico das escolas onde o estudante atua).

"A Semed entende e valoriza o estágio como um campo de aprendizagem e que, se assim não fosse, se não houvesse a conduta bilateral adequada nesta esfera de atuação, tanto os alunos-estagiários quanto as instituições de ensino superior já teriam manifestado sua insatisfação quanto a este ato pedagógico", diz um trecho da nota.

A conselheira Sandra Maria da Silva rebate a informação da Semed e diz que, em algumas escolas, quase 50% das aulas são ministradas por estagiários. “Isso é um prejuízo grande no aprendizado dos alunos. A secretaria alega que os estagiários são supervisionados por coordenadores pedagógicos, mas isso não é o que acontece”, disse a conselheira.

Outra conselheira, Sandra Regina Paz, que é professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), falou que o aluno em formação não é qualificado para desempenhar a função sem ser supervisionado. “Muitos alunos vêm perguntar o que vão fazer na sala de aula porque estão sozinhos para ministrar aulas e até colocar notas nas cadernetas”, disse.

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