Aluna da Ufal é convidada a participar de Doutorado no Chile

23 mar 2014 - 19:51


Lurdiana Dayse de Barros, 25 anos, vai direto para o doutorado com bolsa integral da universidade chilena

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Foto: Assessoria Ufal

Obter um diploma de nível superior pode parecer para muitos um sonho impossível de se realizar. Ir além da graduação e fazer um mestrado ou um doutorado, ainda mais. Porém, para quem se esforça, deseja, acredita e não para diante das primeiras dificuldades, o sonho pode se tornar realidade e pode ser muito melhor do que se pensava. A história de Lurdiana Dayse de Barros, 25 anos, recém formada no Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Alagoas é a prova disso.

Lurdiana, que colou grau na última quarta-feira, 21, já tem data certa para iniciar seu doutorado na área de Entomofauna em cultivos de hortaliças na Pontifícia Universidad Católica do Chile, pela qual foi convidada a participar da 1ª Escola de Verão de Doutorado em Ciências da Agricultura com bolsa integral paga pela universidade chilena. “Eu não acreditava que poderia ser aprovada. Fiz minha inscrição no último dia. Quando eu recebi o resultado de que havia sido aprovada eu levei um susto. Mas fiquei muito feliz. Foi uma experiência maravilhosa e que mudou minha vida pra sempre”, confessou a jovem.

O convite veio no final de 2013 e surpreendeu a todos, inclusive a ela mesma. Antes, em 2012, participou do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF), através do qual teve o primeiro contato com a Pontifícia Universidad Católica do Chile onde desenvolveu uma pesquisa sobre os insetos presentes nas plantações de tomate. Para aceitar, antecipou seu TCC, que tem um título complexo: “Tabelas Etárias de Chelymorpha cribaria (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Chrysomelidae: cassidinae: Stolaini) alimentando-se de Menemia algyptia (L.) urb. (Convolvulaceae)”, que se destina estudar o desempenho reprodutivo das fêmeas do chamado inseto tartaruga, que se alimentam das folhas da batata doce. O trabalho foi orientado pela professora Iracilda Moura e obteve nota 9,83.

Mas o bom histórico de Lurdiana com o estudo não é de hoje. Aos cinco anos, já cursava a 1ª série do ensino fundamental e sempre tirou ótimas notas. Em 2008, quando prestou seu primeiro vestibular, o resultado não foi positivo. Ela não foi aprovada, mas nunca desistiu do seu sonho de se tornar bióloga. Um ano depois, o resultado foi diferente. A aprovação se concretizou e veio acompanhada por mais duas: no curso de Gestão Ambiental do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e no curso de Sistemas Biomédicos na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal).

O apoio da família

Pelo bom desempenho durante toda a vida estudantil, Lurdiana enfatiza o estímulo recebido pela família, que, nas palavras da própria jovem, “deram a possibilidade material e psicológica para que pudesse se dedicar aos estudos o tempo e a energia necessária”. Destacou a importância dos professores do curso, em especial a sua orientadora, que foi uma das suas principais incentivadoras e lhe deu a base necessária para que sua pesquisa tivesse um desempenho tão positivo e por quem sente grande admiração e gratidão.

Além disso, ressaltou o papel decisivo que o aluno tem na sua própria trajetória. “Não adianta querer muito e não correr atrás. A universidade tem uma boa estrutura, principalmente no que diz respeito aos professores, mas nem tudo é fácil. E se você desiste porque não encontra na biblioteca um livro que precisa, por exemplo, e não vai procurar em outros lugares, você não está fazendo sua parte. Quem quer, tenta sempre mais. Mesmo que não tenha certeza do que vai acontecer”, apontou.

Agora, já formada e providenciando os últimos detalhes para sua mudança para o Chile onde ficará, pelo menos, por mais quatro anos, Lurdiana diz que o sonho não para por aí. Quer seguir estudando e espera poder retornar à Ufal como docente para retribuir o que a instituição, seus professores e os servidores, principalmente do DRCA [Departamento de Registro e Controle Acadêmico], que conseguiram a antecipação da sua colação de grau, fizeram por ela.

Para o pai, orgulhoso pela conquista da filha, a única dificuldade será lidar com a distância. “Quando ela passou um ano fora já foi complicado. Imagina agora que serão quatro. Mas a gente sabe que é o sonho dela, é o futuro dela. Nós estamos muito orgulhosos. Vai ser complicado aguentar a saudade, mas a gente vai conseguir”, concluiu.

Ascom;UFAL

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