Pacientes que precisam passar por radioterapia no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) estão há dias com tratamento suspenso. Dona Elza Pacheco Leite tem 93 anos e descobriu há pouco tempo que tem câncer, mas ainda não iniciou as sessões. Segundo o neto dela, Fabrício Pacheco, os funcionários dizem que houve um problema no aparelho de ar-condicionado e isso impede o tratamento dos pacientes oncológicos.
“Minha avó está a cada dia pior. Ela iria iniciar o tratamento na semana passada, mas até agora, nada. Os funcionários dizem que não há nenhuma data para o retorno das atividades no local e nem informam direito o que está acontecendo. Já entrei com uma representação contra o hospital no Ministério Público Federal na tentativa de ter uma resposta e dar um tratamento adequado para a minha avó”, afirma Pacheco.
De acordo com a assessoria do Hospital Universitário, dois compressores de ar do sistema de refrigeração queimaram e isso impede que a máquina que realiza o tratamento seja ligada, suspendendo o atendimento, inclusive, a pacientes que precisam do tratamento casado de quimioterapia com radioterapia. Para estes só é possível fazer um procedimento seguido do outro, portanto, a quimioterapia para eles também é suspensa.
O tratamento dos pacientes com câncer que precisam somente da quimioterapia não foi afetado, segundo o hospital. Para que todo o atendimento seja normalizado, os equipamentos precisam ser substituídos e, para isso, já foi feita uma cotação eletrônica na tentativa de acelerar o processo, o que dispensa a necessidade de licitação.
Enquanto aguardam a substituição dos equipamentos, pacientes sofrem com a espera. De acordo com o neto da dona Elza, só nesta terça-feira (30), mais de 20 pessoas deixaram de ser atendidas. “Eles disseram para procurar a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, mas lá só tem vaga para daqui a 3 meses. Em Arapiraca, fica muito inviável porque é longe e minha avó não aguenta uma viagem dessa. Na verdade, nenhum paciente debilitado consegue suportar isso”, afirma.
À reportagem do G1 a assessoria de comunicação da Santa Casa de Misericórida de Maceió disse que o prazo de espera para novos atendimentos é de 45 dias e não de três meses, como Pacheco informou.
Ainda segundo o assessoria, a expectativa da superintendência do HU é de que o processo de compra e instalação dos compressores seja concluída até a próxima semana.