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Estudo sobre banda feminina de Rio Largo será apresentado em Portugal

Por Universidade Federal de Alagoas 05/04/2015 09h09

A Universidade Nova de Lisboa terá a oportunidade de conhecer nos dias 7 e 8 de abril, durante o 2º Congresso Internacional de História do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal, um importante estudo desenvolvido em Alagoas sobre a importância social das mulheres em grupos filarmônicos. O estudo trata sobre a banda feminina de Rio Largo, tem a coordenação do professor Marcos Moreira, do curso de Música da Universidade Federal de Alagoas.

O estudo é uma das ações do Grupo de Pesquisa Metodologia Instrumental, registrado pelo CNPq e com alunos dos cursos de história, pedagogia e ainda de outros estados como pesquisadores, tem coordenação do professor Marcos Moreira, já com livro em Portugal sobre Mulheres em Bandas de Música, e pela quarta vez vai aquele país lusitano participar de conferência. Desta vez, a apresentação será na Faculdade de Ciências Sociais, da Universidade Nova Lisboa.

"A banda feminina de Rio Largo era ligada a Companhia de Fiação de Tecidos fundada pelo comendador alagoano Gustavo Paiva. Foi criada em 1936, tinha como regente o maestro Antônio Jupiassú, e talvez possa ser considerada a primeira banda feminina do nordeste brasileiro”, frisa Marcos Moreira.

Atividades

Marcos Moreira informou que trabalho similar será apresentado também no mês de maio deste ano no 1º Congresso de Comunicação e Música (Comúsica) promovido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O artigo, recorte da tese de Doutorado de um dos autores Mulheres em Bandas de Música no Nordeste do Brasil e no Norte de Portugal, apresentado na Universidade Federal da Bahia em 2013, aborda entre outros fatos, o papel sociopolítico, educativo e artístico das mulheres.

O caso apresentado trata-se da Banda da Companhia de Fiação e Tecidos e sua influência portuguesa e segundo o professor, assim, fez-se necessária uma busca histórica para se estabelecer conexões políticas, históricas, socioeducativas entre Portugal e Brasil que atestem indícios desta emancipação feminina musical no meado do século 20.

Marcos destaca que as terras alagoanas registram na história provavelmente a primeira banda feminina do nordeste do Brasil. “Os motivos que levaram a esta possibilidade se entrelaçam com a história da educação alagoana oitocentista. Baseado nisto, a iniciativa privada com as primeiras fábricas de tecidos e manufaturados da época, e no caso desta de 1890, interveio auxiliando o contexto da aproximação da educação dos seus funcionários/ trabalhadores e seus filhos”, explica.

Ele complementa dizendo que a importância do estudo é um resgate de memória de musicistas, considerando não somente no tocante à arte ou à música, mas envolvendo relações que vão muito além do simples acesso ao grupo musical. “São relações de vida”, concluiu o pesquisador e professor Marcos Moreira.