03/08/2015 14h55 - Atualizado em 03/08/2015 16h41

A uma semana da volta às aulas, fim da greve na Ufal continua indefinido

Servidores e professores da universidade já estão parados há 67 dias.
No Ifal, situação se repete nos campi do interior, afetando 300 alunos.

Do G1 AL

Assembleia geral foi convocada pela Adufal, na segunda (25) (Foto: Divulgação/Adufal)Greve dos professores da Ufal foi definida em
assembleia em maio (Foto: Divulgação/Adufal)

Sem previsão de término, a greve de docentes e técnico-administrativos da Universidade Federal de Alagoas já dura 67 dias e mantém sem aulas 24.540 alunos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

O calendário da instituição prevê o retorno das atividades acadêmicas no próximo dia 10, contudo, o primeiro semestre letivo de 2015 ainda não foi concluído.

Uma das reivindicações gerais dos grevistas é reajuste salarial de 27,3%. Em reunião no dia 20 de julho, o governo federal, através do Ministério do Planejamento, ofereceu aumento de 21,3% aos servidores a partir de 2016, valor a ser pago em quatro anos, mas a proposta foi recusada pelas categorias, que já havia sido apresentada um mês antes.

Além do reajuste, os professores da Ufal se mobilizam em defesa do caráter público da universidade, melhores condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira e a valorização salarial de ativos e aposentados.

A assessoria de comunicação da Ufal informou ao G1 que não há como controlar o número de funcionários que aderiram à greve, pois a decisão é uma opção individual, e não há emissão de comunicado oficial por parte de cada servidor à universidade.

De acordo com uma das integrantes do comando local da greve dos técnicos, Lenilda Luna, com exceção do Hospital Universitário, que apresenta uma situação mais específica, a adesão nos demais setores chega a uma média de 80%. Em alguns setores, porém, houve paralisação completa.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) informou, por meio da assessoria de comunicação, que no caso dos professores, a adesão abrange 100% da categoria.

Com as atividades dos servidores paralisadas, a assessoria de comunicação da universidade afirma que a greve afeta o retorno às aulas, que estava previsto para acontecer no dia 10 de agosto. O primeiro semestre da instituição foi paralisado e ainda não foi concluído.

Servidores do Ifal também interromperam as atividades (Foto: Jonathan Lins/G1)Servidores do Ifal interromperam as atividades
em junho (Foto: Jonathan Lins/G1)

Ifal
A situação também atinge o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) desde o dia 15 de junho, quando os servidores técnicos deflagraram greve.

De acordo com a assessoria de comunicação da instituição, apenas os campi Murici e Santana do Ipanema estão com adesão de professores, deixando cerca de 300 alunos sem aulas.

Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas (SINTIETFAL), a greve de professores também se estende ao campus Piranhas, desde 16 de julho.

A pauta de reivindicações da categoria inclui demandas locais e nacionais. Dentre as que abrangem apenas servidores do Ifal estão a flexibilização da jornada de trabalho dos técnico-administrativos para 30 horas, contrariedade à implantação de ponto eletrônico, além de eleições diretas para os novos campi do Ifal, melhores condições de trabalho e novos concursos.

A assessoria de comunicação do instituto afirma que a Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional (PRDI) está visitando os campi e dialogando com os respectivos diretores gerais e servidores para mapear as demandas de cada um.

O ponto eletrônico, segundo o Ifal, será implantado de forma gradativa observando as condições de tecnologia de cada campi, e atende ao deecreto nº 1.867/1996 que dispõe sobre a assuidade e pontualidade dos servidores.

Segundo o instituto, eleições diretas serão realizadas assim que a greve seja encerrada, com a escolha de uma comissão do respectivo campus para conduzir a eleição.

Sobre a flexibilização da jornada de trabalho, a assessoria afirma que no último dia 20 foi aprovada uma minuta que regulamenta a carga horária dos técnico-administrativos com indicativo, após a greve, de se constituir a Comissão Interna de Supervisão do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-administrativos em Educação (CIS).

Propostas do governo
Por meio de nota, a assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento informou que, através da Secretaria de Relações de Trabalho (SRT/MP), está negociando com todo o conjunto dos servidores públicos federais.

"A proposta mais recente do governo foi apresentada na segunda-feira, dia 20, em reunião com os sindicalistas no Fórum Nacional das Entidades. Na ocasião foi reafirmado o índice de 21,3% em quatro anos; proposto o reajuste de três benefícios (auxílio-alimentação, auxílio-creche e plano de saúde suplementar); e a possibilidade de nova negociação em 2017", diz o texto.

Segundo o Ministério, as propostas valem para todas as categorias de servidores do Executivo Civil, incluindo as universidades. As entidades integrantes do Fórum Nacional estão avaliando o que foi proposto e darão uma resposta ao governo, de forma conjunta, na próxima reunião com a SRT/MP, que ainda não tem data confirmada.

A nota afirma ainda que, enquanto isso não acontece, o secretário do SRT/MP, Sérgio Mendonça está recebendo na mesa de negociações, até o final da primeira semana de agosto, as entidades sindicais, de forma setorial. Nessas reuniões são tratadas as questões específicas de cada categoria.

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