Muita gente acha que a relação de parentes no trabalho não dá certo, mas para os irmãos Marcelo e Layse, trabalhar na mesma área que o pai não traz dificuldades, mas sim, benefícios. Desde crianças eles foram influenciados a seguir a mesma profissão do pai e contam que tudo ficou mais fácil.
Marcelo Almeida Costa, 51, é mestre e doutor em cirurgia e implante, professor chefe da disciplina de Cirurgia na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e coautor de dois livros nesta área, ele é pai da Layse Costa, 25, e de Marcelo Victor Costa, 31, ambos também graduados em Odontologia e mestrandos em Radiologia Odontológica e Cirurgia buco-maxilo-facial, respectivamente.
Apesar de atuarem no mesmo consultório em Maceió, não tem patrão. Layse diz que os três são profissionais liberais mas, devido ao conhecimento maior do pai, a bronca não é poupada quando necessário.
“É muito importante que a gente tenha um colega que a gente possa conversar e tirar dúvidas sobre um trabalho, e eu tenho isso em casa. Sei que eu posso ligar a qualquer hora e perguntar porque ele vai me ajudar. Até meus colegas quando ficam com dúvida pedem para eu perguntar para meu pai sobre algo da profissão”, relata Layse.
filhos a optarem pela Odontologia
(Foto: Karina Dantas/G1)
O doutor Marcelo Costa explica que tentou estimular os filhos a seguirem a mesma profissão para poder ajudá-los, já que tem influência e conhecimento na área.
“É preciso ter paciência com os jovens. Meus colegas de profissão falavam o contrário de mim, diziam que queriam uma profissão diferente para os filhos, mas eu não pensei assim”, diz.
Segundo Marcelo Victor, na área profissional odontológica é preciso muito investimento e paciência para fundar uma clínica. “Quando entrei na Ufal, os professores sempre disseram que a faculdade, apesar de ser pública, é ao mesmo tempo semi particular porque exige certo custeio do aluno com aquisição de material para consumo permanente. Exigindo muito planejamento para se montar uma clínica e ter algum lucro”, expõe.
Mas a carreira de dentista não foi sempre o desejo do filho Marcelo Victor Costa, que queria ser jogador de futebol. “Lembro que um dia, quando eu tinha uns 14 anos, eu estava na aula e meu pai ia fazer uma cirurgia em frente ao local onde eu estudava, ele perguntou se eu queria assistir a cirurgia, eu fui e gostei”, conta.
Enquanto a maioria dos estudantes da turma de Layse escolheu odontologia como segunda opção no vestibular, ela sempre afirmou que o curso foi seu único desejo. “Na Ufal, quando falo que ele é meu pai sempre me perguntam como ele é e eu digo que ele é um paizão para a gente e para os alunos também”.