31/08/2015 19h20 - Atualizado em 31/08/2015 19h20

Servidores desocupam prédio da reitoria da Ufal, em Maceió

Ocupação começou durante a madrugada e terminou por volta das 15h.
No dia 3 de setembro, greve da categoria vai completar 100 dias.

Do G1 AL

Reitoria foi cercada por arame na madrugada desta segunda-feira (31) (Foto: Arquivo pessoal/ Lenilda Luna)Reitoria foi cercada por arame na madrugada desta
segunda-feira (31)
(Foto: Arquivo pessoal/ Lenilda Luna)

A ocupação do prédio da reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), iniciada por membros do sindicato dos servidores da instituição na madrugada desta segunda-feira (31) foi encerrada por volta das 15h. No próximo dia 3 de setembro, a greve da categoria completa 100 dias. Os servidores reinvidicam um reajuste salarial de 27,3%.

As entradas do prédio da reitoria da instituição de ensino, situado na Cidade Universitária, em Maceió , foram cercadas com arame para bloquear qualquer movimentação. O objetivo, segundo Lenilda Luna, uma das integrantes do movimento, foi impedir o funcionamento do local.

Na próxima quinta (3), o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal) fará uma assembleia para avaliar o movimento grevista e a proposta do Governo Federal que, segundo Lenilda, já teria sido encaminhada ao Congresso.

"As greves na Ufal sempre demoram muito a acabar porque o governo nunca negocia com a gente assim que o movimento começa. Caso não cheguemos a um acordo agora, não descartamos uma nova paralisação no ano que vem. Isso prejudica muito o andamento das atividades na universidade, mas é a forma que temos para pressionar o governo", afirma Lenilda.

Ocupação
Ainda segundo Lenilda, a ocupação foi orientação da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) em resposta à proposta de reajuste de 21,3% a partir de 2016, a ser pago em quatro anos, lançada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão no dia 25 de junho.

O impasse acontece porque os servidores federais querem um reajuste de 27,3%. "Iremos ficar aqui o dia inteiro. A orientação é fazer movimentos radicalizados para pressionar o governo, pois não aceitamos esse reajuste. Com o acordo a gente perde para a inflação que é de 5% ao ano e o reajuste que queremos já é para repor a nossa perda salarial", explicou Lenilda.

O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e foi informado que os departamentos da reitoria não funcionaram, mas os demais prédios da universidade seguiram suas atividades normalmente.

Segundo a assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento, a principal questão é o prazo de vigência, uma vez que as lideranças sindicais reafirmaram que não assinarão acordo por quatro anos.

Ainda de acordo com o Ministério, até o dia 11 do próximo mês de setembro, o governo pretende afinar o acordo salarial com os servidores e encerrar as negociações.

Negociação
As conversas entre o governo e representantes de mais de 40 categorias de servidores públicos começaram em março deste ano.

Na ocasião, o Unacon Sindical, falando em nome do Fórum de Servidores, que reúne 32 categorias, abrangendo 90% dos servidores federais, pediu um aumento de 27,3% para o ano de 2016 – percentual relativo à variação do IPCA (inflação oficial do país) acumulado de julho de 2010 a agosto de 2016, acrescidos de 2% de ganho real e descontados os 15,8% concedidos em 2012.

No mesmo mês, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa já havia informado que não seria possível atender a proposta.

O último aumento do governo federal para a maior parte das categorias de servidores públicos foi em 2012, com vigência entre 2013 e 2015. O percentual foi de 15,8% a sete carreiras do funcionalismo público do Executivo federal, parcelado em três parcelas, até 2015. Mais de 1,6 milhão de servidores foram contemplados com o reajuste.

 

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