31/08/2015 08h56 - Atualizado em 31/08/2015 18h46

Servidores ocupam reitoria da Ufal e pedem reposição salarial de 27,3%

Local foi cercado com arame para impedir funcionamento nesta segunda.
Trabalhadores estão em greve há cerca de 100 dias.

Do G1 AL

Servidores ocuparam reitoria da Ufal durante a madrugada (Foto: Arquivo pessoal/ Lenilda Luna)Servidores ocuparam reitoria da Ufal durante a madrugada (Foto: Arquivo pessoal/ Lenilda Luna)

Membros do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal) ocuparam, na madrugada desta segunda-feira (31), o prédio da reitoria da instituição de ensino, situado na Cidade Universitária, em Maceió. O ato foi encerrado por volta das 15h.

Os trabalhadores estão em greve há cerca de 100 dias e uma das reivindicações é a reposição salarial de 27,3%.

De acordo com umas das integrantes do comando local de greve, Lenilda Luna, a reitoria foi cercada com arame para impedir o funcionamento do local nesta segunda. "Dois grupos de servidores estão fechando as duas entradas da reitoria. Queremos impedir que os serviços funcionem", disse.

Segundo ela, a ocupação foi orientação da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) em resposta a proposta de reajuste de 21,3% a partir de 2016, a ser pago em quatro anos, lançada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão no dia 25 de junho.

Reitoria foi cercada por arame na madrugada desta segunda-feira (31) (Foto: Arquivo pessoal/ Lenilda Luna)Reitoria foi cercada por arame na madrugada desta
segunda-feira (31)
(Foto: Arquivo pessoal/ Lenilda Luna)

O impasse acontece porque os servidores federais querem um reajuste de 27,3%. "Iremos ficar aqui o dia inteiro. A orientação é fazer movimentos radicalizados para pressionar o governo, pois não aceitamos esse reajuste. Com o acordo a gente perde para a inflação que é de 5% ao ano e o reajuste que queremos já é para repor a nossa perda salarial", explicou Lenilda.

Ela conclui informando que na próxima quinta-fera (3) o comando de greve vai se reunir para avaliar a proposta do Governo e o direcionamento do movimento.

"Se não houver acordo, não descartamos uma nova paralisação no ano que vem. Isso afeta o andamento das atividades, mas só assim conseguimos chamar a atenção do governo", diz Lenilda.

O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e foi informado que os departamentos da reitoria não funcionarão, mas os demais prédios da universidade funcionam normalmente.

Segundo a assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento, a principal questão é o prazo de vigência, uma vez que as lideranças sindicais reafirmaram que não assinarão acordo por quatro anos.

Ainda de acordo com o Ministério, até o dia 11 do próximo mês de setembro, o governo pretende afinar o acordo salarial com os servidores e encerrar as negociações.

Negociação
As conversas entre o governo e representantes de mais de 40 categorias de servidores públicos começaram em março deste ano.

Na ocasião, o Unacon Sindical, falando em nome do Fórum de Servidores, que reúne 32 categorias, abrangendo 90% dos servidores federais, pediu um aumento de 27,3% para o ano de 2016 – percentual relativo à variação do IPCA (inflação oficial do país) acumulado de julho de 2010 a agosto de 2016, acrescidos de 2% de ganho real e descontados os 15,8% concedidos em 2012.

No mesmo mês, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa já havia informado que não seria possível atender a proposta.

O último aumento do governo federal para a maior parte das categorias de servidores públicos foi em 2012, com vigência entre 2013 e 2015. O percentual foi de 15,8% a sete carreiras do funcionalismo público do Executivo federal, parcelado em três parcelas, até 2015. Mais de 1,6 milhão de servidores foram contemplados com o reajuste.

 

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