26/08/2015 17h01 - Atualizado em 26/08/2015 17h39

Ufal obtém patente de pomada que trata feridas causadas pelo HPV

Certificado internacional foi obtido junto ao instituto nos Estados Unidos.
Pomada é feita com o barmatimão e, em testes, se mostrou 100% confiável.

Do G1 AL

Reitor da Ufal, Eurico Lôbo, recebeu o certificado de patente das mãos da coordenadora do NIT, Silvia Uchôa (Foto: Divulgação/ Ufal)Reitor da Ufal, Eurico Lôbo, recebeu o certificado
de patente das mãos da coordenadora do NIT,
Silvia Uchôa (Foto: Divulgação/ Ufal)

O uso do barbatimão para o tratamento e cura de feridas provocadas pelo vírus HPV, um dos principais causadores do câncer de colo de útero nas mulheres, desenvolvido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) obteve a primeira patente, concedido pelo instituto The United States Patent and Trademark Office.

O estudo, que resultou em uma pomada feita a partir de amostras da planta coletadas na Zona da Mata alagoana, foi desenvolvido durante 12 anos por quatro pesquisadores da universidade.

O medicamento tem atividade anticarcinogênica (que impede o surgimento do câncer), e, durante os testes, foi aplicado em pacientes do Hospital Universitário (HHU), com 100% de cura das feridas, sem efeitos colaterais.

Os pesquisadores responsáveis pelo medicamente são Luiz Carlos Caetano, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), Pedro Accioly de Sá Peixoto Filho, do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), Zenaldo Porfírio da Silva, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) e Manuel Álvaro, da Faculdade de Medicina (Famed).

A coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Ufal, Silvia Uchôa, explica que o depósito da patente junto ao instituto americano foi feito em 2013, mas o resultado só saiu em maio de 2015.

O processo está em andamento no Brasil, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), desde 2010, mas ainda não foi concluído.

“A patante é uma das formas de proteção de Propriedade Industrial e tanto pode trazer benefícios para a sociedade, como retorno financeiro para mais apoio às pesquisas em desenvolvimento na Ufal”, afirma Silvia.

Contudo, mesmo com as patentes, o medicamento não pode ser comercializado sem a realização de outros testes clínicos e a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em 2013, o NIT lançou edital para transferir a tecnologia de desenvolvimento da pomada por duas vezes, mas não houve interessados.

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