08/06/2015 09h40 - Atualizado em 08/06/2015 11h37

Família denuncia sumiço de corpo de bebê retirado morto em hospital de AL

Dois dias após a mãe dar entrada no HU, exame constatou morte do bebê.
Familiares se queixam da falta de informações por parte da unidade.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

Uma adolescente de 17 anos tem vivido um pesadelo nos últimos 9 dias. Ela teve a gravidez interrompida no sexto mês. Chegou a dar entrada no Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (HUPAA), na parte alta de Maceió, para a retirada do feto, mas ainda não conseguiu sepultá-lo, porque ele sumiu da unidade.

Ingryd Tavares deu entrada no HU após a bolsa ter estourado. Apenas dois dias depois, uma ultrassonografia constatou que o bebê, uma menina de 520 gramas (como consta no atestado de óbito), estava morto dentro da barriga da jovem.

“Não tinha médico para fazer a ultrassom dela. Nisso, o bebê já havia falecido. Eu falei com a enfermeira e ela disse que eu tinha que esperar que aparecesse o médico”, relata Suely Tavares, avó da adolescente.

A morte da criança, no entanto, não é o único problema. Depois da retirada do feto, a família foi informada de que precisaria providenciar o  enterro. Mas, até agora, isso não foi possível, porque o corpo não foi mais visto após o procedimento médico.

"O feto desapareceu. A assistente social me explicou que 'tudo bem, isso não pode acontecer, eu entendo a senhora', mas não me deu nenhuma explicação”, afirma a avó da adolescente.

No final desta manhã, o HU encaminhou uma nota à reportagem do G1 dizendo que o feto foi pesado junto com a placenta, o que acarretou em erro na pesagem do corpo, que na verdade tem menos de 500 gramas. Ainda segundo o hospital, seguindo determinação do Ministério da Saúde para casos de bebês mortos com menos de 500g, o corpo da filha de Ingryd foi incinerado.

Antes disso, o pai da menina ainda ajudou um dos maqueiros da unidade a procurar o corpo no lixo do hospital. “Eu já tinha comprado tudo, enxoval, sabe? Já tinha até escolhido o nome pra ela. Ia se chamar Emily Yasmin. Isso é uma coisa muito séria. É um bebê e nós temos que enterrar ele. É o mínimo que podemos fazer”, diz, abalado, o pai da criança, Emerson dos Santos.

A mãe do bebê está desconsolada. “Queria que eles encontrassem a minha filha”, desabafa Ingrid.

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