Gestores e técnicos do IMA vistoriam rio São Francisco nesta quarta-feira

27 Maio 2015 - 07:27


Visita tem como propósito verificar as condições do local, que apresentou mancha formada por microalgas.

Vistoria deve acontecer no município de Paulo Afonso (BA) e Olho D'Água do Casado (AL) (Foto: Arquivo / Agência Alagoas)

Vistoria deve acontecer no município de Paulo Afonso (BA) e Olho D’Água do Casado (AL) (Foto: Arquivo / Agência Alagoas)

O diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Gustavo Lopes, junto com uma equipe de técnicos do órgão, visitam, nesta quarta-feira (27), a região dos cânions do rio São Francisco, entre o municípios de Paulo Afonso (BA) e Olho D’Água do Casado (AL). Os especialistas devem verificar as condições do local, que apresentou, recentemente, uma mancha formada por microorganismos.

No relatório divulgado pelo Instituto no dia 23 de abril, os técnicos informaram que a mancha era formada, em maior parte, por uma espécie de microalga fitoplanctônica que, apesar da coloração marrom e o odor forte, não é tóxica.

No entanto, segundo laudo produzido e divulgado recentemente pelo Laboratório Integrado de Ciências do Mar e Naturais (Labmar), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a mesma mancha apresenta uma espécie de disputa entre outros microorganismos e há a presença de cianobactérias nocivas à saúde humana.

“As cianobactérias estão prevalecendo em quantidade nos dez pontos onde foram feitas coletas e isso é perigoso porque elas são tóxicas, nem a água deve ser consumida”, disse o diretor do Laboratório de Estudos Ambientais do IMA, Manuel Messias.

O diretor-presidente do IMA, Gustavo Lopes, contou ter recebido a informação da direção da Companhia de Saneamento Alagoas (Casal) de que há cerca de 54 mil pessoas sem abastecimento na região. “Trata-se da mesma mancha, mas, com as cianobactérias, o problema foi agravado”, explicou.

O IMA autuou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) pela mancha, que chegou a se estender por 34 quilômetros do rio. O Instituto aplicou multa no valor aproximado de R$ 650 mil e cobrou medidas para resolução do problema.

A vazão do rio chegou a ser aumentada de 1300 m³/s para 1500 m³/s. O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) realizou reuniões com as organizações envolvidas e formou um grupo de trabalho para acompanhamento das ações.

O monitoramento feito pelo IMA foi iniciado no dia 10 de abril, após o recebimento de diversas denúncias de moradores da região. No dia 17, os técnicos apresentaram os resultados preliminares e o indicativo de que a mancha seria causada pela proliferação de microalgas fitoplanctônicas, também encontradas em cistos de sedimentos de fundo de barragens.

Segundo informações do diretor de Monitoramento e Fiscalização do IMA, Ermi Ferrari, as evidências indicam que o esvaziamento de um reservatório da Usina de Paulo Afonso, feito pela Chesf com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Pernambuco, seria a única operação que poderia ter causado a mancha.

Durante a operação, cerca de 80% dos 26 milhões de metros cúbicos da água armazenada no reservatório teriam sido liberados junto com grande quantidade de sedimentos.

Governador também vai

O governador Renan Filho também deverá acompanha vistoria no local. Antes de navegar pelo São Francisco, Renan Filho visitará o sistema coletivo do Sertão, de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). A unidade, que está localizada no Povoado de Salgado, em Delmiro Gouveia, atende a cerca de 105 mil habitantes, de oito cidades.

Por Clarise Maia / Agência Alagoas

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