15/09/2015 11h16 - Atualizado em 15/09/2015 11h16

Greve dos servidores da Ufal deixa calendário letivo indefinido

Paralisação iniciou no dia 28 de maio e já dura 111 dias.
Professores dizem que estão dispostos a repor aulas perdidas.

Do G1 AL

Coletiva de imprensa da Adufal (Foto: Lucas Leite/G1)Professores dizem que não houve acordo e que
greve continua (Foto: Lucas Leite/G1)

Os servidores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) informaram, nesta terça-feira (15), que a greve continua e não tem previsão para acabar. Por causa disso, o calendário do ano letivo dos alunos está comprometido.

A informação foi dada durante uma coletiva de imprensa na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), no bairro do Farol, em Maceió.

Segundo o professor Antonio Passos, o calendário da Ufal foi suspenso. "O calendário está indefinido. Quando retornarmos, vamos conversar com representantes do Conselho Superior da Ufal para saber como ficará o calendário. Estamos dispostos a repor as aulas para não deixar os alunos prejudicados", afirma.

A greve dos servidores já dura 111 dias. Por causa da paralisação dos docentes e técnico-administrativos, 24.540 alunos estão sem aulas.

"Apesar desses mais de 100 dias, não queríamos ficar em greve. Nenhum professor quer deflagrar greve, pois não é benéfico a ninguém", explica a professora Geórgia Cêa.

Entre as pautas locais da mobilização nacional estão a defesa de caráter público e de qualidade do trabalho desenvolvido na Ufal, a transparência e democratização dos recursos, garantia mínima da qualidade da expansão, a entrada única no Campus do Sertão e a democratização do Centro de Interesse Comunitário.

De acordo com a professora Geórgia Cêa, a categoria pede um reajuste de 27% a ser pago em parcela única, mas a última proposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi de 21,3% em quatro anos a partir de 2016.

Os professores falaram também do pacote divulgado pelo governo federal na segunda- feira (14). "Os cortes estão sendo ampliados. Cada corte que o governo realiza, o dinheiro deixa de ir para os servidores públicos e é encaminhado ao aparato privado", explica o professor de economia José de Menezes.

Segundo ele, a universidade recebeu R$ 670 milhões para o orçamento anual, sofrendo um corte de 20 milhões. "Em 2015 sofremos esse corte, ano que vem, a situação deve piorar pois está previsto um corte de R$ 29 milhões, deixando o caso mais crítico", afirma.

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