Sem previsão para o fim da greve, servidores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) fazem uma mobilização na reitoria do Campus A. C. Simões, em Maceió, na manhã desta quinta-feira (10). Os manifestantes gravaram um vídeo do ato e encaminharam ao G1 (veja acima).
O apitaço faz parte de um ato nacional realizado pelos grevistas de outros estados e acontece no mesmo dia da negociação com o governo federal, prevista para acontecer hoje em Brasília.
A greve na Ufal já dura mais de 100 dias e, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal), não há previsão de término. Por causa da paralisação dos docentes e técnico-administrativos, 24.540 alunos estão sem aulas.
O coordenador-geral do Sintufal, Jeamerson dos Santos, disse que os trabalhadores cobram a reposição salarial de 27,3%. “Nossa pauta é nacional, por isso, estamos fazendo essa mobilização. Vamos aguardar a reunião com os representantes da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores e o governo federal”, explicou.
Santos informou que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão lançou uma proposta de reajuste de 21,3% a partir de 2016, a ser pago em quatro anos, mas que foi rejeitada pelos funcionários. “Tanto dos professores como os técnico-administrativos fizeram assembleias e decidiram manter a greve”, falou.
Negociação
As conversas entre o governo e representantes de mais de 40 categorias de servidores públicos começaram em março deste ano.
Na ocasião, o Unacon Sindical, falando em nome do Fórum de Servidores, que reúne 32 categorias e abrange 90% dos servidores federais, pediu um aumento de 27,3% para o ano de 2016 – percentual relativo à variação do IPCA (inflação oficial do país) acumulado de julho de 2010 a agosto de 2016, acrescidos de 2% de ganho real e descontados os 15,8% concedidos em 2012.
No mesmo mês, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa já havia informado que não seria possível atender à proposta.
O último aumento do governo federal para a maior parte das categorias de servidores públicos foi em 2012, com vigência entre 2013 e 2015. O percentual foi de 15,8% a sete carreiras do funcionalismo público do Executivo federal, parcelado em três parcelas, até 2015. Mais de 1,6 milhão de servidores foram contemplados com o reajuste.