17/07/2016 18h12 - Atualizado em 17/07/2016 18h17

Ocupação do Iphan em Maceió é encerrada após quase dois meses

Justiça havia determinado a reintegração de posse do local.
Manifestantes protestavam contra o fim do MinC e Michel Temer.

Derek GustavoDo G1 AL

Manifestantes continuam acampados na sede do Iphan (Foto: Jonathan Lins/G1)Manifestantes iniciaram ocupação do Iphan em Maceió no mês de maio (Foto: Jonathan Lins/G1)

A ocupação da sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no bairro de Jaraguá, foi encerrada neste domingo (17). A informação foi confirmada por um dos membros do movimento, o estudante de teatro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Udson Pinheiro Araújo.

Os Manifestantes estavam ocupando o prédio há quase 60 dias, desde o dia 19 de maio, em um ato contra o presidente em exercício Michel Temer(PMDB) e contra a extinção do Ministério da Cultura (MinC).

“A Justiça havia determinado a reintegração de posse do Iphan na última segunda (11), com um prazo de 72 horas pra que saíssemos de lá. Nós conseguimos negociar e mudar a data para hoje [domingo], pra que pudéssemos realizar uma atividade de encerramento da ocupação”, explica Araújo.

O evento a que ele se refere foi uma virada cultural, iniciada no sábado (16), e que contou com apresentações de música, dança e teatro, e o lançamento de um manifesto do movimento cultural alagoano se posicionando a respeito dos recentes acontecimentos políticos no país.

“A gente conseguiu a revogação da extinção do MinC, que acabou sendo recriado. Foi uma grande vitória do movimento. Além disso, também mostramos que os artistas e agentes culturais são contrários ao golpe. Isso tem uma força simbólica muito forte”, afirma o integrante do movimento.

Araújo conclui dizendo que, apesar da ocupação física ter sido encerrada, a sede do Iphan continuará recebendo atividades como as que foram exercidas no período em que os manifestantes estiveram lá. “Demos aquele espaço um uso e uma visibilidade que ele não tinha. Mostramos as possibilidades que ele tem, na divulgação da cultura”.

A reportagem do G1 não conseguiu contato com a direção do instituto para saber quando as atividades normais do local voltarão a ser realizadas.