Falta pouco menos de um mês para estudantes de todo o País participarem de mais uma edição da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), realizada pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), no próximo dia 24 de agosto.
Alagoas é destaque este ano pelo número de escolas participantes. O Estado saiu da 21ª posição para a 3ª, perdendo apenas para São Paulo e Ceará, com um total de 145 escolas inscritas, sendo 132 delas da rede estadual.
De acordo com o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e coordenador das olimpíadas no estado, Kleber Cavalcanti Serra, a proposta da SBF não é promover uma competição, mas despertar o interesse dos jovens, mostrando para estudantes e docentes a importância, relação e aplicação da Física em nosso cotidiano.
“Esta parceria da coordenação estadual com a Secretaria da Educação foi fundamental, pois até o ano passado nossa participação era zero e hoje só perdemos para estes dois estados. Agora estamos socializando e estimulando os professores a levar a Física aos seus alunos”, declarou o coordenador.
Formações
Para garantir bons resultados também nas provas, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio do Centro de Ciências e Tecnologia da Educação (Cecite), em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), está realizando formação em serviço para todos os professores de Física das 13 Gerências Regionais de Educação (Geres).
Após o primeiro momento em Maceió, foi a vez das regiões do Agreste, Zona da Mata e Sertão a serem contempladas com a formação, reunindo cerca de 40 profissionais de sete gerências, nesta sexta-feira (29), na Escola Estadual Izaura Antônia Lisboa, em Arapiraca. Participaram as regionais de Palmeira dos Índios, Viçosa, Arapiraca, Santana do Ipanema, Pão de Açúcar, Penedo e Piranhas.
Segundo o diretor do Cecite e responsável pela mobilização da OBFEP na rede estadual, Ronaldo Cristiano, os professores receberão uma formação de 60 horas com certificação pela Seduc. Serão cinco horas com estes momentos presenciais, e mais 55 horas em educação à distância (EAD), em plataforma disponibilizada pela própria secretaria, com início a partir desta segunda-feira (01).
“Nosso objetivo é que esta formação chegue aos nossos alunos. Não adianta incentivar escolas a participarem e não auxiliar na preparação, por isto nosso empenho, com a Universidade, neste momento”, afirmou Ronaldo.
Novos frutos
Um dos participantes foi o professor da Escola Estadual Maria de Lourdes Santos Silva, de Batalha-AL, João Francisco Palmeira Freitas. Ele, que foi ensinar a disciplina ainda sem formação específica, hoje licenciado, afirma que a Física é apaixonante e que conquistou pelo menos sete ex-alunos, “hoje todos na Física”.
“Fui para a sala de aula com o que sabia. A diretoria dizia ‘o que você puder levar vai ser útil’, já que na época praticamente não existiam profissionais especialistas, principalmente na minha região. Hoje tenho formação pela Ufal. A física revolucionou a minha vida e a vida dos meus alunos. Dois deles formaram-se comigo na universidade e cinco estão cursando a licenciatura”, pontuou João, emocionado.
Para Kleber Cavalcanti, esta é outra proposta intrínseca na Olimpíada, incentivar a formação de novos profissionais na área, que é uma das grandes carências e desafios em todo o País em termos de docência. Ele destacou o avanço obtido com a oferta em EAD.
“Nós formamos 70 alunos desde 2007. O resultado foi melhor do que os 40 anos de curso presencial. E o João Francisco foi um destes novos frutos”, comemorou.