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17/06/2016 às 14h30

Cultura

Museu Théo Brandão apresenta exposição de Achiles Escobar

“Civilização Periférica II: Retratos em Retalhos”, do artista Achiles Escobar, será aberto em 1 de julho, às 19h

O Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB) inaugura a exposição “Civilização Periférica II: Retratos em Retalhos”, do artista Achiles Escobar, no próximo dia 1 de julho, às 19h. Em virtude dos trabalhos de manutenção que estão acontecendo no MTB, as obras ficarão expostas no Museu da Imagem e do Som (Misa).

O artista é um dos contemplados pelo edital para seleção de exposições temporárias do MTB, publicado no início deste ano. A exposição terá cerca de 20 peças. São pinturas em acrílico sobre tela, esculturas em papel machê e instalações. O trabalho de Achiles tem influências diversas. E nessa exposição não é diferente. São muitas as fontes de criatividade. A obra Frankenstein, da escritora britânica Mary Shelley, foi uma das inspirações. Os grafismos de rua também impulsionaram o processo criativo do artista. E o folguedo La Ursa é outro elemento que se destaca como referência nesse trabalho.

Achiles explica que a exposição terá uma tela para imagens de grafismos da cidade, trabalho elaborado a partir de uma pesquisa realizada pelo artista durante quatro anos. Um detalhe importante na exposição é que a matéria prima das instalações é toda reutilizada, como por exemplo, velhos caixotes de madeira.

Achiles é também um pesquisador da cultura popular alagoana. Foi a partir dessas pesquisas que surgiu a inspiração no folguedo La Ursa, que na visão do artista, tem um sentido político e social. “Percebemos que a La Ursa está desaparecendo mesmo. Queremos falar sobre isso, resgatar e trazer esse personagem em evidência.

Ele pode ser um símbolo revolucionário, ele pode ser uma bandeira, que tem relevância cultural, simboliza a ressurreição. A La Ursa é um ser transformador, político e sexual. Na cultura popular nada morre, tudo é ressuscitado”, diz o artista. Entre tantas referências regionais e universais na obra de Achiles, surge também a figura do Minotauro. “Comparo a La Ursa com o Minotauro, cabeça de urso e corpo de humano”, observa. Todas essas referências dialogam nessa exposição. A La Ursa como um ser transformador converge para o ser mítico do Minotauro e para a figura monstruosa do Frankenstein.

A exposição atual segue uma linha norteada pela exposição “Civilização Periférica I: Grafos Pré-Urbanos”, que aconteceu no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O artista destaca algumas diferenças. “A primeira exposição era a relação criador e criatura. A segunda trata da relação criatura e criador. Agora quem toma conta é a criatura, ela se liberta do criador”, explica Achiles.

Talento precoce

O chamado para a arte aconteceu cedo. Aos cinco anos, começou a fazer esculturas de areia, que chamavam atenção dos adultos. A brincadeira já anunciava o artista que existia ali. Mais tarde, quando ainda era criança na cidade natal, Cambará, no Norte do Paraná, começou a trabalhar com o barro. Foi lá que, aos 12 anos, ele fez sua primeira exposição, intitulada “Caminho à fonte”.

No início da vida artística, foi aluno do Liceu de Artes e Ofícios, em São Paulo. “O Liceu foi a grande bagagem que eu tive sobre arte”, revela Achiles, que mora em Maceió há 31 anos. O artista já teve obras expostas nos principais museus de Alagoas, inclusive no MTB. Seu trabalho também pôde ser visto em Salvador, Recife, São Paulo e Curitiba.

Pluralidade

A mistura de referências culturais permeia o trabalho de Achiles. “O resultado é essa miscigenação, fruto da colonização. Não se pode exigir de mim uma arte autêntica”, diz. Apesar de toda a pluralidade e influências diversas, há na obra do artista, uma espécie de organização sutil, uma coerência, elementos que se repetem, fazendo uma ligação explícita ou implícita. Um desses elementos é o calango, que está em todas as obras, escolhido por representar o Nordeste.

O curador, Chico Simas, acompanhou de perto o desenvolvimento do atual trabalho. “Achiles Escobar busca beber nesta fonte inesgotável de inspiração que é corpo, pensamento e vida, colhendo elementos essenciais em suas composições plásticas, nas quais podemos observar um fluxo de alta voltagem cromática, fruto das suas andanças nos caminhos da arte urbana, tendo como elemento de estudo o grafismo, o qual tem influência significativa nesta exposição”, observa Simas.

A exposição ficará aberta até o dia 23 de julho, no horário de funcionamento do Misa (de terça a quinta, das 8h às 17h. Às sextas, das 8h às 22h. Aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h). A entrada é gratuita. Mais informações: 3214-1716/1710/1715.


Fonte: Ascom Ufal

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