06/09/2016 14h51 - Atualizado em 06/09/2016 14h51

Peixes ameaçados de extinção são achados na Piscina do Amor, AL

Mero, Neon e o Grama Brasileiro quase desapareceram.
Principais ameaças a esses peixes são a poluição e a pesca não manejada.

Do G1 AL

Peixes se reproduzem na Piscina do Amor (Foto: Ascom/IMA)Peixes se reproduzem na Piscina do Amor (Foto: Ascom/IMA)

Um monitoramento na Piscina do Amor, localizada na enseada da praia de Pajuçara, em Maceió, localizou três espécies de peixes ameaçadas de extinção. A informação divulgada pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) nesta terça-feira (6), que fez a descoberta junto com professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

A área foi transformada em zona de exclusão para diversos tipos de usos em 2015 e serve como suporte à reprodução e alimentação da maioria dos organismos marinhos encontrados na região.

Segundo o IMA, o Mero, o Neon e o Grama Brasileiro, foram pescados até a sua quase extinção dos recifes costeiros e piscinas naturais de todo o Brasil.

Equipe de fiscalização tenta manter a preservação da área (Foto: Ascom/IMA)Equipe de fiscalização tenta manter a preservação
da área (Foto: Ascom/IMA)

“Sem peixes adultos para desovar e repovoar as áreas de pesca e turismo, o prejuízo só tende a aumentar com o passar dos anos”, explicou o biólogo e consultor ambiental do IMA, Fillype Quintella.

Segundo Cláudio Sampaio, professor dos cursos de Engenharia de Pesca e Biologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), as principais ameaças a esses peixes são a poluição e a pesca não manejada.

“A primeira compromete a qualidade das areias e águas da principal área de lazer dos alagoanos e turistas, enquanto que a segunda inviabiliza o consumo de pescado, devido a raridade e o tamanho cada vez menor dos peixes e preços cada vez maiores”, esclareceu o professor.

Segundo o IMA, para o estudo e a proteção dos peixes, a equipe usou a técnica de foto-identificação. “Esse método utiliza as marcas naturais, incluindo manchas do colorido do peixe que não se repetem, semelhante a impressão digital dos humanos”, afirmou Sampaio.

De acordo com Ricardo César, coordenador de Gerenciamento Costeiro do IMA, a Piscina do Amor tem efeitos diretos na geração de emprego e renda para pescadores, jangadeiros e agências de turismo locais.

“Os peixes dessa região, ao saírem naturalmente dessas áreas marinhas protegidas, repovoam as áreas próximas, beneficiando assim os pescadores, além de atrair turistas que buscam nos mergulhos a diversidade de suas cores e formas”, disse o coodenador.

Os biólogos darão continuidade ao monitoramento dos peixes e, para isso, contam com a parceria do Instituto Meros do Brasil, formado por especialistas que desenvolvem estudos voltados para conservação da espécie, utilizando a educação ambiental e a ampla divulgação da legislação.

Piscina do Amor
A área corresponde a 42 hectares localizada na enseada da Pajuçara, na capital alagoana, tem sido um suporte à reprodução e alimentação da maioria dos organismos marinhos encontrados na região desde junho de 2015, quando o local foi transformado em zona de exclusão para diversos tipos de usos conforme resolução do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram).

A resolução nº 97/2015 restringe a exploração, explotação e usos diversos, como pesca, turismo, recreação, prática de esportes, tráfego e fundeio de embarcações na área, que tem sido monitorada periodicamente pela equipe do Gerenciamento Costeiro do IMA. Segundo Ricardo César, os técnicos do IMA, em parceria com a Ufal, já fizeram alguns levantamentos da diversidade de espécies noturnas e diurnas e identificaram um aumento considerável de peixes encontrados na Piscina do Amor.

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