Por G1 AL


Polícia Federal investiga fraudes em cursos de mestrado da Ufal

Polícia Federal investiga fraudes em cursos de mestrado da Ufal

A Polícia Federal (PF) acredita que alguns dos servidores estaduais envolvidos em um esquema de fraude em mestrado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) nem ao menos frequentavam as aulas do curso. Até o momento, 15 pessoas foram indiciadas.

A informação é do delegado Daniel Silvestre de Lima, responsável pelo caso. Nesta quinta-feira (11), a PF realizou uma operação em Maceió para cumprir mandados de busca e apreensão nas casas de professores da universidade e alunos do mestrado. Policiais de Sergipe e Paraíba tambem participaram da ação.

De acordo com a PF, o esquema ocorre pelo menos desde 2016 e envolve, além de servidores do Governo do Estado, professores e servidores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac). Todos eles moram em Maceió.

O curso em questão é o Mestrado Profissional em Administração Pública (Profiap), que é um mestrado profissional em Administração Pública, em rede nacional, cujo edital de abertura de vagas e os exames de acesso são realizados via Exame Nacional de Acesso, com teste da Anpad (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração).

A PF chegou aos suspeitos após realizar levantamentos no Portal da Transparência do Estado. Os investigadores identificaram pagamentos a professores e parentes deles.

O pagamento de propina foi feito através das folhas do Instituto de Tecnologia em Informática e Tecnologia (Itec), Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsal), Agência de Modernização da Gestão de Processos (Amgesp) e Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Só desta última, foram desviados R$ 108 mil.

“Pelo que apuramos até o momento, havia uma troca de auxílios indevidos. Há suspeitas também de que houve uma facilitação no ingresso e na progressão desses alunos, todos vinculados ao Estado”, explica o delegado.

Ainda segundo Lima, os servidores ofereciam benefícios aos professores do curso. “A contrapartida deles seria o oferecimento ou pagamento de alguma vantagem indevida, através de benefícios obtidos em seus órgãos, como algum tipo de pagamento ou facilitação para fechar contratos com o Executivo”.

Os envolvidos indiciados devem responder por associação criminosa, corrupção passiva, peculato, que é o desvio de recursos em favor próprio ou de terceiros, e inserção de dados falsos em sistemas de informações.

“O material recolhido [durante as diligências] será analisado, periciado, para fim de comprovação ou não de outros crimes. Com o término das diligências, o inquérito será concluído e encaminhado ao Ministério Público decidir se há evidências para denunciar junto à Justiça Federal”, conclui o delegado.

Em nota, a Ufal informou que tinha conhecimento das denúncias e que a corregedoria da universidade já abriu uma investigação preliminar para apurar os fatos. Disse ainda que, se confirmadas as irregularidades, serão abertos procedimentos administrativos disciplinares que podem levar até a demissão dos culpados.

Já o Governo de Alagoas disse, também em nota, que vai acompanhar as investigações da Polícia Federal e que tomará as medidas cabíveis caso comprovadas as supostas irregularidades envolvendo servidores estaduais.

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