Por Jonathan Lins, G1 AL


Estudantes raspam cabelo durante performance em praça pública

Estudantes raspam cabelo durante performance em praça pública

Quebrar os padrões impostos pela sociedade em relação ao que é característico do gênero feminino. Esse foi o objetivo de estudantes do curso de teatro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) durante uma performance realizada na tarde desta segunda-feira (8), no centro de Maceió.

Mulheres com roupas pretas carregando objetos como bonecas, panelas, bolsas e batons. Em silêncio, elas se posicionaram na praça Dom Pedro II, onde aos poucos começaram a chamar atenção de quem passava.

"Tire a minha moldura" foi um dos cartazes levantados durante ação — Foto: Jonathan Lins/G1

Outras três, de branco, causaram mais estranhamento. De joelhos, tiveram seus cabelos pouco a pouco cortados, até ficarem carecas.

Segundo a idealizadora da apresentação nomeada de Sem Moldura, Rozebel Tenório, havia uma inquietude em relação aos padrões impostos pela sociedade em relação à mulher. "Há essa história de que mulher tem que usar rosa, mulher tem que usar salto alto, são muitas questões", explicou.

Cabelos foram raspados em ação de empoderamento à mulher — Foto: Jonathan Lins/G1

Após o trio de branco ter a cabeça raspada, a performance passou a ser das mulheres de preto. Elas se dirigiram até o centro do palco da rua, onde começaram a remover os acessórios ditos como femininos e, logo após, se caracterizaram com trajes e objetos ditos como característicos do sexo oposto.

Boxeadora, jogadora de futebol, pedreira. Cada uma fez sua coreografia, algumas interagindo com a audiência, questionando o que a sociedade diz que só os homens podem fazer, e o que é determinado para as mulheres.

Apesar de ser composta principalmente por mulheres, a intervenção também teve a participação de homens do curso.

Mulheres participaram de ato contra padrões de beleza imposto pela sociedade — Foto: Jonathan Lins/G1

"Achei comovente. Cortar os cabelos realmente foi algo incrível de se ver, foi o que me chamou mais atenção, me deixou espantado", falou o estudante Paulo Henrique dos Santos, 15.

Todo o trabalho foi registrado com fotos e filmagens pelo grupo e, como resultado prático, será montada uma exposição fotográfica. Além disso, os cabelos cortados durante a apresentação serão doados, segundo a idealizadora.

Mulheres rasparam cabelos em praça pública contra imposições sociais — Foto: Jonathan Lins/G1

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