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Pesquisa da Ufal quer descobrir se larvicida pode ter relação com microcefalia

Por G1 AL 05/05/2017 09h09
Pesquisa da Ufal quer descobrir se larvicida pode ter relação com microcefalia

Um pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) tenta descobrir se doses de larvicida usadas para matar o mosquito Aedes aegypti têm relação com casos de microcefalia. Os estudos devem ser concluídos ainda este ano, segundo informou a Ufal na última quarta-feira (3).

De acordo com a Universidade, já foram feitos testes em peixes da espécie tilápia. Os animais foram submetidos a quantidades de larvicidas e muitos deles morreram.

“Os peixes não resistem a certas concentrações que podem levar a diminuição de ingestão de alimento e a altos níveis de estresse no animal. Isso interfere em sua locomoção no ambiente, causando letargia”, explicou o pesquisador Emerson Soares.

A partir das análises feitas nos peixes, os estudiosos querem saber agora se os larvicidas também provocam danos significativos ao seres humanos, como é o caso da microcefalia.

O pesquisador conta que com o aumento de casos da doença, houve também uma intensificação do uso de larvicidas, principalmente o piriproxifeno. Geralmente, esta substância é colocada em cisternas para consumo humano e ambientes dotados de água parada, visando o controle e o combate às larvas.

Soares conta que desconfiou desde os primeiros casos de deformidades ocorridas em bebês, que os larvicidas poderiam causar deformidades e chegar ao homem via alimentação.

“A partir dessa desconfiança foi iniciado o projeto Avaliação do potencial toxicológico de larvicidas utilizados contra o mosquito e seus impactos nos organismos aquáticos. O projeto tem como objetivo determinar a concentração letal do piriproxifeno, e avaliar a estrutura hepática e o comportamento de peixes submetidos a vários níveis do citado larvicida na água”, disse o pesquisador.

A pesquisa é financiada pelo Ministério da Saúde e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).