Por Roberta Batista, G1 AL


Professores da Ufal e especialista em segurança pública discutiram problema da violência dentro do campus em Maceió — Foto: Roberta Batista/G1

A insegurança na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi discutida por professores e estudantes na manhã desta quinta-feira (12) no auditório do Centro de Educação (Cedu), no Campus A.C.Simões, na Cidade Universitária, Maceió.

O último episódio de violência foi no dia 5, quando uma estudante foi assaltada por um homem armado enquanto esperava o ônibus para ir pra casa. Este foi o 9º assalto registrado dentro do campus somente este ano.

O debate foi convocado pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O principal ponto discutido foi a presença ou não da polícia dentro do campus.

"O sindicato é uma instituição autônoma e independente. A nossa ideia é fazer uma reflexão e talvez encaminhar um documento com algumas conclusões para a reitora. A grande polêmica que tem se colocado é a presença da Polícia Militar no campus ou não. Existem restrições a essa presença aqui no campus. Por outro lado, a segurança pública não é combatida por pessoas comuns. Como a gente vai conseguir estabelecer um meio termo entre aquilo que a comunidade acadêmica defende e aquilo que a gente precisa é o nosso maior desafio aqui", questionou o presidente da Adufal, Jailson de Souza Lira.

Um dos professores falou do impacto da sensação de insegurança na rotina da Ufal. “Está acontecendo prejuízos para as aulas, nas atividades acadêmicas. É assunto complexo que a gente tem que discutir com muita calma. A gente não pode deixar de discutir isso”, disse o professor Amauri Barros.

A especialista em segurança pública, Elaine Pimentel, que é professora do curso de Direito da Ufal, estava presente à reunião e explicou que a Ufal tem caráter aberto, com a cidade se movimentando no campus, e que o problema da criminalidade está dentro e fora da Universidade.

"O problema da criminalidade urbana que está no estado de Alagoas também está aqui dentro. Muito embora ele não se reproduza plenamente na forma como está lá fora. Já tivemos homicídio no campus, mas não tivemos na comunidade acadêmica", afirmou Elaine.

Ela debateu sobre modelos de policiamento adequados a universidade.

“Não se trata de dizer vamos colocar a polícia no campus e acabou. Dentro de um espaço como a Universidade jamais deveria ser o policiamento tradicional, mas é possível estabelecer diálogos com a segurança pública, com a Polícia militar, com a Polícia federal e não há nada que impeça um diálogo com a Guarda municipal. O total afastamento desse diálogo impossibilita uma ação de segurança", disse a professora.

O especialista em segurança pública, Ricardo Silva, professor de pedagogia, que faz parte do grupo de trabalho e segurança junto com a professora Elaine Pimentel, também falou para os professores durante a assembleia da Adufal.

"Esse é um enfrentamento necessário. Não dá para falar da segurança na Ufal sem falar de segurança pública, sem falar do entorno, de dentro e fora da Ufal, porque a Ufal não é uma bolha. Um olhar binário não resolve o problema. Um olhar para dentro e outro para fora da universidade", disse Silva.

Professora Elaine Pimentel apresentou características da Ufal durante assembleia da Adufal — Foto: Roberta Batista/G1

Professores e alunos na assembleia da Adufal sobre segurança no campus Maceió — Foto: Roberta Batista/G1

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