Por G1 AL


Veja a situação das rodovias em Alagoas nesta segunda-feira

Veja a situação das rodovias em Alagoas nesta segunda-feira

Caminhoneiros mantêm nesta segunda-feira (28) a paralisação nas rodovias. Em Alagoas, a mobilização acontece há 7 dias, mas no país já são 8 dias. Há protestos em BRs, rodovias estaduais e em uma avenida na capital, deficiência de alimentos na Ceasa e em mercados, municípios do interior suspenderam aulas. O abastecimento de combustível chegou a ser interrompido, mas já está sendo normalizado.

Contudo, mesmo após o governo anunciar no domingo (27) uma redução no preço do diesel e outras medidas, os caminhoneiros não encerraram a mobilização.

"A gente quer uma diminuição maior do preço dos combustíveis, algo em torno de R$ 0,80 na bomba. Queremos um desconto real. O governo deu R$ 0,46, só que o diesel teve um aumento de R$ 0,17 na última semana, então o desconto real vai ser de R$ 0,30, isso não resolve o nosso problema, porque daqui a 60 dias o preço volta ao que está agora", afirmou o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens no Estado de Alagoas (Sindicam-AL), Valdir Kummer.

Veja onde há manifestação:

  • BR-101, entre Messias e Rio Largo, desde terça (22) - caminhoneiros.
  • BR-316, em Palmeira dos Índios, desde quarta (23) - caminhoneiros.
  • Avenida Fernandes Lima, em Maceió, desde domingo (27) - diversas categorias.
  • AL-220, entre Olho D'Água das Flores e São José da Tapera - pipeiros, motoristas de vans e motociclistas.
  • AL-130, em Pão de Açúcar - pipeiros, motoristas de vans e motociclistas.
  • AL-130, em dois trechos de Santana do Ipanema - pipeiros, motoristas de vans e motociclistas.
  • BR-101, em São Sebastião, desde a tarde desta segunda (28) - parentes de caminhoneiros.

Familiares de caminhoneiros usaram pneus para bloquear trecho da BR-101, em São Sebastião (AL) — Foto: Levy Félix/Arquivo Pessoal

Os caminhoneiros estão nos acostamentos dos dois lados das BRs em Messias, Rio Largo e Palmeira. Na Fernandes Lima, manifestantes em apoio aos caminhoneiros ocupam duas das três faixas em cada sentindo da via, em frente ao 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz), e pedem intervenção militar.

Nas rodovias estaduais, a manifestação é feita por motoristas de vans, carros-pipa e motociclistas que apoioam a mobilização dos caminhoneiros. Na BR-101 em São Sebastião, parentes de caminhoneiros e moradores da cidade fecharam os dois sentidos da rodovia por volta das 13h.

Os principais reflexos da paralisação no estado:

Combustíveis

Posto estava vendendo o litro da gasolina comum a R$ 4,59 em Maceió, mas teve que encerrar o serviço porque o estoque chegou ao fim — Foto: Andréa Resende/G1

Em Alagoas, centenas de postos de combustíveis ficaram sem estoque desde que o Porto de Maceió foi bloqueado na quinta (24), em apoio à greve dos caminhoneiros. Na noite de sábado (26), a polícia fez cumprir a ordem judicial para que a entrada e a saída de caminhões no Porto não fosse impedida, e a mobilização teve que ser encerrada.

Com isso, os postos começaram a ser reabastecidos logo após o fim do bloqueio, mas o estoque de combustíveis só deve ser normalizado em uma semana, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sidicombustíveis-AL).

Com a instabilidade nos preços, o Procon Alagoas notificou mais de 70 postos na última semana para explicar o valor cobrado nas bombas, sendo 36 somente em Maceió. A suspeita é da prática de preços abusivos por causa do desabastecimento. Nesta manhã, o litro da gasolina comum variava de R$ 4,14 a R$ 4,69.

Alimentos

Paralisação dos caminhoneiros afeta preço dos produtos no Ceasa em Maceió

Paralisação dos caminhoneiros afeta preço dos produtos no Ceasa em Maceió

  • Na Ceasa, os alimentos estão em falta. Há pouco tomate, cebola, pimentão, batata e hortaliças e os que ainda tem estão mais caros. A expectativa dos feirantes é que cheguem caminhões com alimentos na terça (29).
  • No Mercado da Produção, os comerciantes que vendem frutas, verduras e hortaliças quase não têm mais produtos. Nesta segunda, algumas bancas sequer abriram.
  • Estoques de gás de cozinha estão terminando. "Apenas uma empresa tem o estoque de gás, porque ela envasa o produto aqui no estado. O restante depende de outros estados e isso ainda não está chegando", afirma o presidente da Associação dos revendedores de Gás de Cozinha, Laedsom Ferreira.
  • Nos supermercados, há relatos de falta de verduras, legumes, ovos e frios.
  • Uma pesquisa feita pelo Procon Maceió revelou que os preços cobrados por itens da cesta básica chegam a dobrar de um supermercado para outro. A fiscalização constatou que os aumentos foram visíveis nos principais estabelecimentos da capital.

Mercado da Produção, em Maceió, tem várias bancas fechadas por falta de produtos — Foto: José Feitosa/Gazeta de Alagoas

Aeroporto

De acordo com a Infraero, o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares saiu da lista dos que não têm combustível, mas, mesmo assim, ao menos seis voos que partiriam de Alagoas foram cancelados nesta segunda.

Aeroporto de Maceió saiu da lista dos que estão sem combustíveis

Aeroporto de Maceió saiu da lista dos que estão sem combustíveis

Transporte Público

A frota de ônibus de Maceió volta a circular com 100% dos veículos nesta segunda. No fim de semana, houve redução de coletivos nas ruas da capital por causa da falta de combustíveis provocada pela greve dos caminhoneiros.

Educação

  • As aulas da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), em Maceió, estão suspensas nos três turnos na segunda-feira (28). A medida foi anunciada no sábado (26). De acordo com a assessoria da unidade, cerca de 2.500 alunos estão sem aula nesta segunda.
  • O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) informou nesta segunda que não haverá atividades acadêmicas nos campi: Piranhas, Maragogi, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Arapiraca, Murici, Viçosa, Penedo, São Miguel dos Campos e Maceió.
  • As aulas estão mantidas nos campi da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em Maceió, Arapiraca e no Sertão.
  • Foram suspensas as aulas nos municípios de Arapiraca, Inhapi, Craíbas, Coité do Noia, Porto de Pedras, Atalaia e Matriz do Camaragibe.
  • O Centro Universitário Tiradentes - Unit, em Maceió, suspendeu as aulas nesta segunda e também na terça, por causa do desabastecimento de combustíveis. Segundo a universidade, as atividades administrativas estão mantidas, nos horários regulares de funcionamento.
  • O Centro Universitário Cesmac suspendeu as aulas nos campi Agreste e Sertão nesta segunda. Em Maceió e Marechal, as atividades estão mantidas.

Municípios

  • Atalaia: a falta de combustíveis levou a prefeitura a decretar situação de emergência. Com isso, ficam suspensas as aulas na rede municipal, o transporte de universitários até o dia 30, as obras que necessitem de apoio de máquinas do Município, entre outros serviços.
  • Arapiraca: As aulas e o transporte de universitários estão suspensos por causa da falta de combustíveis.
  • Palmeira dos Índios: As aulas e o transporte de universitários estão suspensos por causa da falta de combustíveis. A prefeitura decretou situação de emergência.
  • Inhapi: Aulas e a coleta feita por caminhão de lixo foram suspensas por causa da falta de combustíveis. Apenas ambulâncias são abastecidas.
  • Craíbas: Aulas foram suspensas por causa da falta de combustível.
  • Coité do Noia: Aulas foram suspensas por causa da falta de combustível.
  • Porto de Pedras: Aulas foram suspensas por causa da falta de combustível.
  • Matriz do Camaragibe: Aulas foram suspensas por causa da falta de combustível e a coleta de lixo só vai funcionar até esta segunda (28).
  • Capela: Coleta de lixo foi reduzida e só acontecerá 3 vezes por semana.
  • Pilar: Carros pequenos da prefeitura só podem ser usados para emergência. Os dois postos da cidade devem reservar um percentual de combustível para atender o transporte escolar, ambulância, viaturas da Guarda Municipal e coleta de lixo.
  • Palestina: Não há mais combustível na cidade.
  • Marechal Deodoro: Aulas serão suspensas a partir de terça (29) porque o município não tem combustível para abastecer os transportes escolares.
  • Mata Grande: Dos 4 postos, apenas 1 tem gasolina. Sem diesel, aulas e viagens intermunicipais podem ser suspensas. 10 mil litros de gasolina foram reservadas para a frota municipal.
  • Mar Vermelho: O Programa Saúde da Família foi suspenso. A prioridade está focada no transporte escolar e de urgência e emergência.
  • Quebrangulo: Está sem combustível. Coleta de lixo e transporte escolar só devem funcionar até quarta (30) e ambulâncias até a sexta (1). Os demais serviços já estão parados.
  • Murici: Está sem combustível.
  • Jacuípe: Está sem combustível.
  • Poço das Trincheiras: Abastecimento nos postos de combustível está normal, mas controlado.
  • Maragogi: Serviços essenciais como Guarda Municipal, coleta de lixo e serviços de saúde serão priorizados. As aulas da rede Municipal estão mantidas ate segunda ordem. Prefeitura tenta abastecer ônibus para realizar o transporte de universitários.
  • São Luís do Quitunde o transporte escolar municipal e universitário foram suspensos.

Serviço Público

  • De acordo com a Superintendência Municipal de Limpeza Urbana (Slum), a coleta de lixo continua reduzida em 30% desde a última quinta (24). Nas regiões que têm coleta domiciliar em dias alternados, o serviço será mantido. Já nos bairros que têm coleta todos os dias, o caminhão passará de forma alternada, com exceção do Centro e das principais avenidas da cidade.
  • O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador Otávio Leão Praxedes, determinou a suspensão de prazos processuais, audiências e sessões de julgamento nesta segunda-feira (28), mas manteve o expediente normal de trabalho de todos os servidores do Judiciário. Fica a critério de cada magistrado a realização ou não de audiências que envolvam menores apreendidos.
  • As atividades das secretarias estaduais e municipais seguem normalmente nesta segunda-feira (28).

Energia e abastecimento

Porto de Maceió

Exército está na entrada do Porto de Maceió, em Jaraguá, para garantir entrada e saída de caminhões com carga — Foto: Andrea Resende/G1

Militares do Exército Brasileiro fazem o monitoramento da entrada e da saída de veículos de carga do Porto de Maceió desde o sábado (26).

O local tinha sido bloqueado por manifestantes em apoio aos caminhoneiros na quinta (24), mas o protesto foi encerrado após ação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Federal, que deu cumprimento à ordem judicial para a liberação. Não houve resistência.

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