Por G1 AL


IMA recomenda retirada de navio que está atracado no Porto de Maceió

IMA recomenda retirada de navio que está atracado no Porto de Maceió

O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) recomendou ao Porto de Maceió a saída de uma embarcação que está atracada no porto. De acordo com o órgão, há o risco de contaminação pelo organismos bioinvasores coral-sol e o molusco Perna viridis.

O IMA informou nesta quinta-feira (11) que na próxima semana a equipe de Gerenciamento Costeiro do órgão vai fazer um laudo relatando a presença do molusco no casco da embarcação atracada no porto. E que, na próxima quarta-feira, a equipe deve fazer novos mergulhos com a participação de um pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e coletar novas amostras biológicas no local.

Nos dias 21 e 29 de setembro, biólogos do IMA e o professor da Ufal Carlos Sampaio mergulharam e coletaram amostras para verificar se havia a presença coral-sol no casco da embarcação. A equipe não encontrou o coral-sol desenvolvido, mas encontrou o molusco Perna viridis, que é semelhante ao sururu, mas tem o tamanho da palma da mão de um adulto.

O IMA explicou que apesar do coral desenvolvido não ter sido detectado, manter a embarcação atracada em Maceió representa um grande risco de contaminação, porque não encontrar o organismo desenvolvido não descarta a possibilidade de contaminação. É que pólipos, que são partículas microscópicas que podem se espalhar rapidamente, podem estar no casco da embarcação.

O biólogo do IMA, Juliano Fristscher, explicou como os organismos bioinvasores agem.

"A bioinvasão é quando você tem uma espécie que não é nativa do Brasil. Ela é introduzida no local onde ela não existe previamente e acaba tomando conta daquele local. Essa é que é a nossa preocupação com essa espécie de coral, que é o cora-sol", disse o biólogo.

O biológo também falou sobre o risco de contaminação pelo molusco Perna viridis.

"É uma espécie que também um potencial de bioinvasão muito grande. Pode ocupar áreas que seriam nativas das nossas espécies. O problema é essa éspecie estar em alguma fase reprodutiva e deixar larvas ou ovos no local", explicou Frintscher.

De acordo com o coordenador de Gerenciamento Costeiro do IMA, Ricardo César, antes de atracar em Alagoas no dia 16 de setembro, a embarcação estava atracada em Sergipe, juntos às plataformas de exploração de gás, em uma área 100% contaminada pelo coral-sol.

O organismo coral-sol foi trazido acidentalmente ao Brasil em navios. A espécie é encontrada em cascos de navios e plataformas marinhas de exploração de petróleo.

Segundo o Porto de Maceió, a balsa teve problemas nos guindastes e como não havia local seguro para a manutenção ser realizada em Sergipe, a embarcação foi autorizada a atracar no porto em Alagoas.

O IMA enviou no dia 5 de outubro um manifesto técnico para a administração do Porto de Maceió pedindo a saíde imediata da embarcação do local. O porto repassou o documento para a Capitania dos Portos.

A assessoria da Capitania informou à TV Gazeta que a embarcação está passando por reparos para deixar o porto.

A Capitania dos Portos informou também que fez uma reunião para esclarecimento do assunto, expondo que não há embasamento legal para determinar a retirada do navio. E que a proposta apresentada pela Marinha em casos em que a ameaça ao meio-ambiente é comprovada é realizar uma reunião com os órgãos envolvidos e decidir em consenso sobre a possibilidade da saída embarcação, já que não existe legislação que determine competências.

Coral-sol é uma espécie bioinvasora e pode causar danos ao meio ambiente — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

IMA diz que coral-sol é uma ameaça para os bancos recifais — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Embarcação está atracada no Porto de Maceió — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

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