Política

Reitores são contra propostas de Jair Bolsonaro

Sem citar o candidato do PSL, professores criticam intenção de cobrança de mensalidade e reafirmam defesa da democracia

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 25/10/2018 07h58
Reitores são contra propostas de Jair Bolsonaro
Reprodução - Foto: Assessoria
Três reitores de instituições públicas de ensino superior de Alagoas divulgaram, nesta quarta-feira (24), um documento em defesa da educação e dos serviços públicos e da democracia. Intitulado “Manifesto em Defesa das Universidades Públicas, da Democracia e dos Direitos Sociais”, os dirigentes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) criticam as propostas defendidas pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), mesmo sem citá-lo diretamente. “A redemocratização do Brasil, após os anos sombrios de ditadura, resultou na Constituição Cidadã de 1988 que assegurou direitos sociais e liberdades civis os quais hoje, trinta anos depois, se encontram ameaçados. As Universidades públicas e demais serviços estatais têm sido os mais relevantes fatores que ocasionam distribuição de renda e reduzem as desigualdades sociais”, afirmam Valéria Correia, da Ufal; Sérgio Teixeira Costa, do Ifal; e Odilon Máximo de Morais, da Uneal. Os reitores também destacam a baixa condição financeira de boa parte de seus estudantes. “São as instituições responsáveis pelo que há de melhor na formação educacional dos alagoanos e de tantos estudantes oriundos de outros estados. Para além disso, a esmagadora maioria dos estudantes destas instituições provém dos extratos pauperizados da sociedade, ocasionando a possibilidade de ascensão social”, pontuam. “A gratuidade deve ser um valor universal para instituições de ensino superior, seja porque o saber não deve ser mercadoria seja, sobretudo, porque mensalidades desencorajam e impossibilitam a entrada de grupos subalternizados nas Universidades”, completam os reitores. Eles afirmam que a soberania do país está ligada ao financiamento das instituições públicas de ensino, sendo “estratégico para assegurar a soberania do país e a possibilidade de um futuro digno do nome para as próximas gerações [...] a universalização da educação em todos os níveis não pode ser relativizada”. Sobre os candidatos, os reitores afirmam ser “imperioso rejeitar os discursos e as práticas que motivam e respaldam a violência e os ataques às instituições, aos valores da democracia participativa e aos direitos humanos”.