Comandante diz que Marinha ainda busca provas sobre responsáveis por óleo

Manchas atingem litoral há 3 meses

CPI do Óleo realizou sua 1ª audiência

Fragmento de óleo encontrado na praia norte da Ilha de Santa Bárbara
Copyright reprodução/Marinha - 2.nov.2019

O comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, afirmou nesta 5ª feira (5.dez.2019) que ainda não há provas que identifiquem o responsável pelo derramamento de óleo que atinge praias brasileiras desde agosto. As manchas causadas pela substância já foram encontradas em 800 locais em todos os 9 Estados do Nordeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro, de acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Puntel afirmou que todos os esforços estão sendo realizados. De acordo com ele, há 3 inquéritos abertos sobre o caso, sendo 1 da Polícia Federal, no Rio Grande do Norte, e 2 inquéritos administrativos, na Capitania de Portos de Pernambuco e na Diretoria Geral de Navegação do Rio de Janeiro.

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Em novembro, a Polícia Federal e a Marinha notificaram 29 navios investigados pelo crime ambiental. Segundo as instituições, as provas apontaram a embarcação de bandeira grega Bouboulina como o principal suspeito.

Apesar disso, especialistas em análise de imagens por satélite questionam o levantamento usado pela PF para chegar ao Bouboulina, uma vez que as manchas no mar pode não ser visível em imagens de satélite.

CPI do óleo

Nesta 5ª feira, foi realizada a 1ª audiência da CPI do Óleo na Câmara dos Deputados. A comissão tem como objetivo investigar as origens do óleo.

Foram convidados para discutir o desastre ambiental o professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco Clemente Coelho Jr; o engenheiro de pesca, coordenador do Salve Maracaípe e professor da Universidade Federal de Sergipe, Daniel Brandt Galvão; além de Alagoas Humberto Alves Barbosa, responsável pelo Lapis (Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites), da Universidade Federal de Alagoas.

Prejuízo de bilhões

A estimativa do prejuízo econômico causado com o vazamento de óleo no litoral chega “à casa dos bilhões”, segundo as autoridades que apuram os danos causados pelo episódio. Em contrapartida, o valor máximo estipulado para a multa é de só R$ 50 milhões, disse o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Bim.

Além de sanções do Ibama, a empresa responsável pelo derramamento também pode responder nas esferas penal e administrativa. A Polícia Federal apura as responsabilidades.

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