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19/02/2019 às 15:07

Evento defende ensino às crianças no ambiente hospitalar

Evento foi realizado na Ufal, na última sexta-feira. Fotos: Renner Boldrino Evento foi realizado na Ufal, na última sexta-feira. Fotos: Renner Boldrino

Amanda Alves – estagiária de Relações Públicas

Na manhã da última sexta-feira (15), foi realizado o 1° Seminário Alagoano de Pedagogia Hospitalar, no auditório da Reitoria. Com o tema Entre o direito e o dever: quem é quem na pedagogia hospitalar?, o evento teve como objetivo debater a importância da atuação do pedagogo nos ambientes hospitalares.

Estiveram presentes na solenidade de abertura a professora do Centro de Educação (Cedu), Maria Edna, coordenadora do evento e do projeto de extensão Pedagogia Hospitalar: Estudar não importa o lugar; o diretor do Cedu, Jorge Eduardo; a vice-diretora do Serviço promoção bem estar comunitário (Soprobem), Ana Maria Soares; Maria Celeste, representando a direção do Hospital do Açúcar; Taciana de Amorim, representando a Santa Casa de Misericórdia de Maceió; Elisangela Mercado, professora da Ufal e presidente do Conselho Municipal de Educação em Maceió; e as professoras Betânia Carvalho, representando a Proex, e Giana Raquel representante da reitora.

Palestra de abertura

A primeira palestra do dia, sob o título de Pedagogia hospitalar: um olhar voltado para as singularidades de um mundo de sonhos, dores, medicamentos e encantamentos, foi ministrada por Maria do Carmo da Silva Mutti, que possui doutorado em Educação, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Os principais assuntos debatidos foram: desafios e perspectivas da pedagogia hospitalar; educação e saúde; legislação e etapas percorridas; pedagogia em contexto hospitalar e humanização; formação de professores para atuar no atendimento hospitalar em tratamento de saúde; diferentes formas de atendimento; e os novos olhares e desafios.

De acordo com Mutti, os maiores desafios são o tempo e o espaço. “O tempo porque o trabalho é diferente, numa escola a criança entra e fica quatro horas em atendimento. Na classe hospitalar, a criança não tem aula quatro horas, ela nem dá conta disso, ela tem provavelmente uma hora, mais ou menos. E o espaço, é o que faz a diferença”, frisa.

Sobre a definição do termo, Mutti afirma: “Pedagogia hospitalar é atendimento pedagógico, é formação. Eu tenho a estrutura de que quando essa criança sair do hospital, ela vai conseguir dar continuidade aos estudos dela. Se eu trabalho certinho nessa formação pedagógica, essa criança volta em uma condição de acompanhar a turma, ou melhor ainda, porque ela vai estar com uma condição de educação individualizada, personalizada”, explicou.

Oficina do amor

Segundo Ana Maria Soares, o Soprobem possui um projeto denominado Oficina do Amor, que visa não apenas auxiliar no ensino da criança que perdeu seu vínculo com a escola, mas também ensinar novas formas para obtenção de renda para as mães que acompanham seus filhos nos hospitais, tendo em vista que muitas precisam abrir mão de seus empregos para enfrentar esta árdua jornada.

Soares relata que já viveu essa experiência. "Em 2006, a minha filha foi acometida por câncer, tumor de frenz na cabeça do pâncreas, e nós fizemos o tratamento dela no hospital de Barretos, tudo pelo SUS. Quando nós chegamos naquele lugar, fomos muito bem acolhidas, e lá eles desenvolvem um trabalho muito bonito, as crianças estudam dentro do hospital, e as mães são ensinadas a passar o seu tempo dentro daquele ambiente”, disse.

Ao voltar para Maceió, ela foi em busca de parcerias, para desenvolver aquele mesmo trabalho na cidade. “Quando nós voltamos para Maceió, através de algumas parcerias que nós conseguimos com a Santa Casa e o hospital do Açúcar, estamos realizando um trabalho com as crianças que perdem o seu vínculo com a escola. Então, o objetivo geral em poucas palavras é: amor, ensino e capacitação. Ele é desenvolvido com muito amor, procuramos ensinar as crianças, e capacitar as mães”, explica.

Assim, o projeto oferece oficinas de trabalhos manuais para as mães, e ao mesmo período, as crianças são acompanhadas por pedagogos. As oficinas acontecem uma vez por semana e, nos dias livres, as mães são orientadas a colocar em prática o que aprenderam. 

Pedagogia Hospitalar: Estudar não importa o lugar 

Para o Cedu, de acordo com a docente Edna Prado, a temática de ainda é nova, de tal forma que o interesse em desenvolver o projeto de extensão Pedagogia Hospitalar: Estudar não importa o lugar, surgiu de uma discente, Williane, como forma de desenvolver atividades com crianças acometidas por câncer, na Casa da Criança, anexo do Hospital do Açúcar. Assim, hoje conta com bolsistas e voluntários, e os mesmos recebem atendimento psicológico, como uma forma de preparação para a atuação. “Estudar, não importa o lugar, pode ser na praia, pode ser na rua, não importa onde for, desde que a criança possa estudar pra gente cumprir o que diz a Constituição do nosso país’’, explica Edna sobre o nome do projeto. 

Além disso, a docente também relata o motivo do foco de atuação ser as crianças em tratamento de câncer. “O nosso trabalho é com crianças em tratamento oncológico, mas não é só tratamento oncológico que tem Pedagogia Hospitalar, o nosso é. Porque os dados trazem que o número de pessoas acometidas pelo câncer vai crescer, e aí mostra o biênio e o Nordeste tá incluído”, disse a docente. E questiona: “Onde nossas crianças alagoanas são atendidas? De que forma são atendidas? E elas têm o direito garantido de continuar os seus estudos, então, é diante dessa realidade que surge o projeto”, finaliza. 

O evento prosseguiu até às 18h da sexta-feira, com realização de mais palestras durante a tarde.




Fonte: Ascom Ufal

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