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17/06/2019 às 07h20

Geral

Braskem é o centro da Cadeia do Plástico em Alagoas

Divulgação

Por Carlos Amaral e Evellyn Pimentel

A Braskem representa para a economia alagoana muito mais do que uma mineradora de sal-gema ou mesmo uma simples indústria. A empresa é o epicentro da criação da Cadeia Produtiva da Química e do Plástico no estado, setor que tem atraído uma série de empresas a Alagoas e isso se deve muito a sua atuação em solo Caeté.

A Braskem, conforme ressalta o geógrafo Railson Diodato, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é uma empresa de primeira e segunda geração. Isso quer dizer que ela extrai matéria-prima e também a trabalha para a produção de derivados. Ou seja, uma empresa que trabalhe com PVC, por exemplo, tem na proximidade com a mineradora um facilitador na aquisição de material, o que barateia seu produto final.

Railson Diodato é autor de uma dissertação de mestrado em Geografia na Ufal sobre a Cadeia da Química e do Plástico em Alagoas, apresentada em 2017. À Painel Alagoas, ele comenta sobre suas preocupações em relação aos impactos econômicos que a crise das rachaduras nos bairros Pinheiro, Bebedouro e Mutange, em Maceió, pode gerar no setor.

“A Braskem é o grande polo de atração dessas empresas. A geração de emprego, até o período que fiz a pesquisa, segundo a Sedetur, entre 2015 e 2017, era de mais de 4 mil diretos na cadeia produtiva. Estava ganhando importância econômica para o estado, no quesito geração de emprego”, comenta. “Não tenho dúvidas, o que ocorre nos bairros tem participação direta da Braskem e as consequências, de qualquer ordem, vão afetar diretamente a Cadeia porque é uma empresa de primeira e segunda geração – que extrai a matéria-prima e a transforma para outras empresas, que dependem dela”, completa Railson Diodato.

Ele ressalta os anos de incentivos dados pelos governos alagoanos desde a chegada da empresa a Alagoas, ainda nos tempos de Salgema, e que tudo isso aumenta o prejuízo que um fechamento da empresa pode causar à economia local.

“O Governo do Estado, em vários momentos ao longo dos anos, vinha investindo na formação de uma cadeia. Primeiro, com incentivos fiscais, leis para atração de empresas. Primeiro foi o APL [Arranjo Produtivo Local]; depois a Cadeia Produtiva da Química e do Plástico em Alagoas. A partir daí, muitas empresas de porte se instalaram aqui. A Tigre, por exemplo, foi uma delas. Veio por conta dessa cadeia, da Braskem”, explica o geógrafo. “O desenvolvimento da Cadeia tem gerado pontos positivos para o estado porque, a partir de sua criação, alinhou-se os incentivos fiscais e os dois últimos governos estaduais investiram na formulação de leis para atrair empresas. E além da Braskem – que fornece a matéria-prima para as empresas de terceira geração – houve várias outras que se instalaram aqui. Elas geram emprego e recursos para Alagoas, completa Railson Diodato.

Mesmo ao destacar que o problema ambiental e com as famílias que residem nos bairros Pinheiro, Mutange de Bebedouro sendo o principal ponto a ser considerado no atual momento sobre a crise em torno da Braskem, o geógrafo destaca que o impacto econômico negativo que um fechamento da empresa em Alagoas pode causar é “traumático”.

“Ela está entre as maiores empresas do setor termoplástico, petroquímico, do mundo. A Braskem está em vários países do mundo e produz tecnologia também. E ela é fundamental para a Cadeia Produtiva da Química e do Plástico em Alagoas. Entre 2015 e 2017 ela gerava 4 mil empregos diretos. Acho que se tem falado pouco sobre o impacto diante de uma possível desativação da Braskem. Seria enorme. Traumático, até. Os esforços que os governos fizeram desde a criação do polo foram enormes. Foram muitos recursos e só anos depois a cadeia surgiu”, diz Railson Diodato.

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Fonte: Painel Alagoas

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