Impacto

Óleo alcança sete praias do ES e pode chegar ao Rio em breve

Petróleo cru já atingiu 494 praias, rios, ilhas e mangues; Governo cria um grupo de trabalho para a vigilância da costa fluminense

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de novembro de 2019 | 03:00
 
 

O óleo derramado na costa do Nordeste já alcança sete praias do Espírito Santo, e autoridades temem que ele possa chegar ao Rio de Janeiro nos próximos dias. Até agora, o número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos pelas manchas chegou a 494, segundo balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na última segunda-feira. Ao todo, ao menos 111 municípios de todos os nove Estados do Nordeste e do Espírito Santo foram afetados por petróleo cru desde o dia 30 de agosto.

De acordo com Humberto Barbosa, coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a direção e intensidade das correntes marítimas e ventos na superfície do mar serão determinantes para a chegada do óleo ao Rio. 

O governo do Estado criou um grupo de trabalho especial para a vigilância da costa fluminense, com o objetivo de garantir uma pronta resposta em caso de o petróleo chegar. O grupo é coordenado pela secretária estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Ana Lúcia Santoro, e composto por técnicos da secretaria e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). 

“Na última semana, o Inea realizou a capacitação de 80 pessoas, entre técnicos da Defesa Civil estadual, do Corpo de Bombeiros e do próprio órgão ambiental, além de militares do Exército para possível atuação”, informou em nota. O treinamento incluiu atividade prática na praia.

Desde segunda-feira, o Inea iniciou a capacitação dos 25 municípios costeiros do Rio. Inicialmente, o foco será nos municípios do noroeste fluminense e região dos lagos e, na próxima semana, nos municípios da região metropolitana.

Ministro. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia deu prazo de 15 dias para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, responder, se quiser, à queixa-crime ajuizada pelo Greenpeace por suposto crime de difamação. 

A organização alega que Salles violou a lei ao acusá-la de depredar patrimônio público e insinuar envolvimento no vazamento de óleo que atingem as praias nordestinas.