Alagoas

Manchas de óleo: MPE e IMA fiscalizam central que trata resíduos retirados das praias

Redação TNH1 | 24/10/19 - 14h58
Claudemir Mota / MPE

Representantes do Ministério Público Estadual de Alagoas e do Instituto do Meio Ambiente (IMA) fiscalizaram no início da tarde desta quinta-feira (24) o Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos (CTR) que tem recebido todos o óleo e areia contaminada recolhidos das praias alagoanas desde o surgimento das manchas de óleo, que afetam o litoral do Nordeste há quase dois meses. O centro fica no município de Pilar.

O procurador-geral de justiça, Dr. Alfredo Gaspar de Mendonça, informou que o CTR é o único local licenciado para receber todo o material contaminado pelo petróleo cru. 

"É o único local adequado no Estado de Alagoas para recebimento deste produto. O Ministério Público veio aqui junto ao IMA para fiscalizar a correção deste procedimento. São 716 toneladas de produto classificados com classe 1. 

Não basta retirar das praias, nós temos que ter um tratamento adequado desses resíduos sob pena de limpar uma parte do meio ambiente e contaminar de forma muito perigosa o restante do meio ambiente em todas as suas formas", alertou.

Já o diretor do IMA, Leonardo Vieira, explicou a importância de recolher corretamente o produto, sem causar danos a outras partes do meio ambiente. 

"A fiscalização é muito importante porque passa para a população, com clareza, que os resíduos que estão sendo coletados nas praias atualmente não estão poluindo ou aferindo dano ambiental à outra área, eles estão indo para um local ambientalmente adequado, em que foi licenciado e que está diariamente sendo fiscalizado pelo órgão ambiental". 


Foto: Claudemir Mota / MPE

Marnes Gomes, engenheiro civil e gerente de operações da Alagoas Ambiental, informou que vai entrar em contato com a Universidade Federal de Alagoas para saber se há a possibilidade de reutilizar os resíduos tratados no CTR. 

"O Instituto do Meio Ambiente entra em contato, avisa o local que está precisando ser recolhido. A gente se dirige até lá com nossos equipamentos, faz o recolhimento e traz para cá. Colocamos numa área externa do galpão, impermeabilizada, depois a gente coloca para dentro do galpão. Para quem não conhece, o galpão do resíduo classe 1 é diferente do resíduo classe 2. Que é o resíduo residencial que estamos acostumados a ter em casa. O resíduo classe 1 é industrial e perigoso, porque apresenta algumas características diferentes do resíduo domiciliar, como toxicidade, enfim. É um resíduo que precisa ser tratado de forma diferente. [...] Aqui a gente recebe resto de óleo, tinta, filtro, tudo que é gerado na indústria vem para cá. Recebemos até então 726 toneladas, fora as quatro cidades que ainda vão chegar (Japaratinga, Maragogi, Piaçabuçu e Feliz Deserto). Vamos falar com a UFAL para saber se há algum estudo que possa reutilizar esse material tratado". 

O procurador-geral Alfredo Gaspar acrescentou que o MPE também estará atento aos estudos de uma possível reutilização dos produtos, para que não haja danos ao meio ambiente.