Por Jornal Nacional, Jornal Nacional


Natal, João Pessoa, Recife e Maceió enfrentam a fuligem vinda da África

Natal, João Pessoa, Recife e Maceió enfrentam a fuligem vinda da África

Não é só a fumaça das regiões Norte e Centro-Oeste que está atrapalhando a vida de brasileiros que vivem longe das queimadas. As cidades do Nordeste estão sendo poluídas por queimadas do outro lado do Oceano Atlântico.

Olhando para o céu, a gente não vê, mas as imagens de satélites mostram, na atmosfera, partículas de fuligem vindas da África, deixando mais poluído o ar do litoral nordestino. Natal, João Pessoa, Recife e Maceió são as capitais mais atingidas pela camada de poluição.

Se a gente partisse de um ponto e cruzasse o Atlântico, chegaria a Mangai, República Democrática do Congo, no Sul da África. É lá que as queimadas estão lançando na atmosfera a fumaça que viaja seis mil quilômetros sobre o oceano até o litoral nordestino.

É uma poluição microscópica, mais fina que fios de cabelo. Esse deslocamento é acompanhado 24 horas por dia por meteorologistas do Laboratório de Processamento de Dados e Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

"Aumentou a concentração de partículas de queimadas em função do aumento de incêndios florestais na região do Congo. E, com isso, os ventos têm arrastado e transportado essas cinzas, essa fumaça para a Região Nordeste e a região da Amazônia", explicou o professor da Ufal Humberto Barbosa.

Com isso, cidades como Maceió recebem por dia 103 microgramas de poluentes por metro cúbico, quatro vezes mais que o tolerado pela Organização Mundial de Saúde: 25 microgramas por metro cúbico.

Asmática, a professora Franciele Dário sente os efeitos dessa sujeira importada de outro continente.

"Tende a piorar a respiração da gente, que já é complicada ao natural", contou.

O controle é importante para medir os riscos à saúde e também para orientar voos.

“Nessa rota de voos, há uma concentração de névoa, principalmente nesta época do ano. Então, o monitoramento contínuo é importante para que a aviação possa ser informada de forma antecipada dessas condições de névoa, principalmente nessa região", disse Humberto.

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