Dólar com. 5.1109
IBovespa 0.58
02 de maio de 2024
min. 23º máx. 32º Maceió
chuva rápida
Agora no Painel Lula irá ao Rio Grande do Sul após temporais no estado
17/09/2019 às 11h55

Geral

Lapis da Ufal monitora poluição do ar causada por fuligem da África

Poluição oriunda de queimadas na República Democrática do Congo atinge Maceió e mais três cidades nordestinas

Reprodução

O dinâmico trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas, em uma de suas áreas de atuação, meio ambiente, tem possibilitado o acompanhamento da situação da fuligem vinda da África provocada por queimadas. A rotina de monitoramento da poluição do ar na América do Sul e África, identificou a fuligem na cidade de Mangai, localizada na República Democrática do Congo comprometendo a qualidade do ar das capitais Maceió, João Pessoa, Recife e Natal. A fumaça lançada na atmosfera chegou ao litoral nordestino e apresenta riscos à saúde da população, cujos maiores impactos são doenças respiratórias e cardiovasculares, sobretudo em crianças e idosos, grupos mais vulneráveis. 

O coordenador do Lapis Humberto Barbosa, do Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat) da Ufal,  explica como é feito o monitoramento. “Há mais de 12 anos, utilizamos o Sistema Eumetcast, para recepção de dados e produtos de satélites, da Agência Europeia para Exploração de Satélites Meteorológicos ( Eumetsat). O que nos permite ter acesso a dados de monitoramento de poluição do ar, incluindo material particulado, ozônio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono", diz. 

Segundo o pesquisador, a poluição é microscópica, ou seja, invisível a olho nu, em função de ser um material particulado muito fino, pois o monóxido de carbono de queimadas é constituído de partículas mais finas do que um fio de cabelo e está acima da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)  sobre o nível da qualidade do ar. “Daí, é comprometedor da saúde da população", enfatiza dizendo que o deslocamento é acompanhado 24 horas por meteorologistas do Lapis. 

Conforme as informações, a fumaça lançada na atmosfera pelas queimadas viaja seis mil quilômetros sobre o Atlântico até o litoral nordestino. Segundo Humberto, do ponto de vista climático, a circulação dos ventos transporta toda essa cinza das queimadas na Amazônia Legal para o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil, provocando chuva com poluição (material particulado), como o que ocorreu em São Paulo, quando a cidade escureceu em plena tarde, com a mistura de fuligem das queimadas e chuva. Essas cinzas afetam diretamente a qualidade do ar. E aproveita para explicar:  

“Há uma dinâmica de queimadas em várias partes do Globo. A partir de julho, tanto no Brasil quanto na África, as queimadas são práticas comuns, favorecidas por questões meteorológicas e ambientais. Realizando monitoramento da Amazônia Legal, deparamo-nos com uma grande quantidade de fumaça de queimadas vindas da África. Durante essa época do ano, a circulação dos ventos favorece ao transporte de partículas de fumaça da Amazônia para regiões do Centro-Sul. A Região Nordeste não é tão afetada, com exceção do Maranhão. Porém, há um sistema de alta pressão do Atlântico Sul que facilita o transporte de fumaça da região do Congo, na África, e neste caso, afeta a Costa do Nordeste”, reforça.  

Mais informações neste artigo do blog do Lapis.

Sobre a importância do trabalho do Lapis no monitoramento da situação, Humberto Barbosa destaca: “Em países da Europa, há uma preocupação maior com a qualidade do ar e com o nível de poluição, por ser muito nocivo à saúde e trazer prejuízos humanos, econômico e ambiental. No Brasil, ainda não há uma cultura de monitoramento da qualidade do ar, com exceção de poucas cidades do Sul e Sudeste. Esse monitoramento do Lapis é importante por alertar a população e as agências governamentais sobre os impactos, especialmente para os grupos mais vulneráveis”.

Informações sobre o assunto podem ser conferidas também pelo Youtube.

Ações científicas 

Criado no Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat) em 2007, o Lapis tem a finalidade de formar recursos humanos aptos para o desenvolvimento de atividades de pesquisa e trabalhos operacionais em centros de pesquisas ou serviços de meteorologia, dentre outras instituições atuantes na área. Tem como duas áreas principais de atuação: o Monitoramento Meteorológico e o Monitoramento Ambiental, com a determinação de  índices de seca no Brasil, sobretudo no Nordeste brasileiro. 

Além de campo de aprendizado para alunos do curso de Meteorologia da Ufal, o laboratório também se sobressai como espaço de estudo científico do mestrado da instituição nessa área, tanto no eixo operacional como no eixo de desenvolvimento de pesquisa. Mais informações sobre o Lapis acesse aqui.


Fonte: Ascom Ufal

Todos os direitos reservados
- 2009-2024 Press Comunicações S/S
Tel: (82) 3313-7566
[email protected]