Por Roberta Batista, G1 AL


Reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, fala sobre impactos do coronavírus nas atividades

Reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, fala sobre impactos do coronavírus nas atividades

O reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, falou em entrevista no AL1 desta quinta-feira (31) que ainda não há previsão para retomada das aulas na universidade e que as vagas dos últimos aprovados no Sisu estão garantidas.

Confira os principais pontos da entrevista:

Situação atual da universidade

"Na verdade, não é a situação da Ufal. É a situação de Maceió, de Alagoas e do país. A gente está vivendo um momento completamente atípico. Ninguém estava absolutamente preparado para essa situação do Covid e isso vai impactar em toda a nossa vida. Não só na atividade acadêmica, mas no nosso jeito de vestir, jeito de comer, no jeito de se transportar. E não poderia ser diferente a Universidade sofrer o impacto disso".

Decisão de suspender o calendário acadêmico

"Nós mês de março, no dia 16, quando a gente teve a decisão de fazer a suspensão das atividades didáticas, naquele momento era para evitar aglomeração, evitar que a gente tivesse muita gente propagando a Covid. E hoje a gente olha para trás e vê que foi a decisão mais acertada da Ufal. Naquele momento a gente suspendeu o calendário acadêmico, ou seja, as atividades presenciais ficariam suspensas aguardando a retomada".

Planejamento para a retomada

"E agora, a gente vai ter que fazer o planejamento da retomada, mas a nossa dúvida é como é que vai ser essa retomada, porque o jeito de estudar depois da Covid não vai ser mais o jeito de estudar de antes da Covid. O jeito de de transportar, o jeito de se alimentar. A gente não vai poder enfiar o dedo no olho do peixe como a gente estava brincando aqui na reportagem passada. Vai mudar e essas mudanças vão afetar necessariamente o novo jeito de estudar. Então a Universidade Federal de Alagoas está usando esse período para começar a fazer um planejamento como as outras universidades do país e do mundo estão fazendo. Na verdade todas as escolas do país e do mundo estão fazendo para começar a fazer o planejamento de retomada".

Aprovados no último Sisu

"Nós temos uma preocupação particularmente especial com relação aos estudantes que estão chegando agora, que ainda não entendem a rotina da Universidade e a gente não conseguiu sequer corroborar matrícula daqueles que passaram no Sisu agora, Que é o primeiro procedimento que a gente vai ter que fazer antes da retomada das atividades. Então esses estudantes podem se sentir numa situação de fragilidade, Mas as vagas estão garantidas, vao ser respeitadas. Agora, certamente, todos nós vamos ter impactos no nosso dia a dia do fazer docente, do trabalho presencial, assim como a gente vai ter algum tipo de impacto também no decorrer das atividades acadêmicas. É muito simples para a Universidade pensar em retomada depois de momentos de paralisação, de greve, mas dessa vez é diferente. Dessa vez, A coisa é muito mais complexa.

Nova forma de viver e de estudar

"A gente vai ter que mudar o modo de assistir aula. Eu não posso mais colocar nesse momento estudante um do lado do outro, 40 estudantes em uma sala. Nós não podemos mais pensar que esse estudante vai chegar na Universidade vindo em um ônibus lotado depois de duas horas do interior para cá ou pegando uma Fernandes Lima engarrafada em um ônibus lotado. Ele não pode ficar exposto. Então, o refazer da atividade não só nas universidades, como nas escolas de uma forma geral, vai ter quer ser muito bem planejado, porque não é só a sala de aula, tem todo um aparato antes e depois. Energia, distanciamento, transporte, alimentação, aulas de educação a distância. Então tudo isso vai compor o novo bolo que a gente não conseguiu entender. A Ufal está se preparando para isso, hoje inclusive de manhã a gente estava tendo uma reunião do grupo específico que trata da Covid. E a gente já está começando a dar as diretrizes de planejamento de como vai ser a nossa vida pós-Covid e para começar a entender o que é que a gente vai fazer em sala de aula".

Sem previsão de volta às aulas

"Eu acho que seria muita irresponsabilidade da nossa parte tentar resgatar as atividades presenciais sem que a gente tenha os dados estáticos da epidemiologia neste momento. Então qualquer tentativa de trazer as pessoas para visão presencial, A gente poderia estar piorando o estado de saúde da população, de forma geral o estado epidemiológico. Então nesse momento seria irresponsabilidade fazer previsão de volta as aulas. O que a gente pode afirmar é que ninguém vai ser individualmente prejudicado com esse momento. E no caso da Ufal, o Conselho Universitário sempre consegue fazer um planejamento para retomar e repor essas atividades da forma que for mais conveniente possível, desde que essa forma respeite a nossa saúde".

Hospital Universitário

Ampliação de leitos para atendimento exclusivo da Covid-19

"Conseguimos expandir a capacidade de atendimento do Hospital Universitários em mais 38 leitos específicos para Covid. E esses leitos não são mais um leito, são leitos dentro de uma unidade que é completamente isolada, que não trás riscos de contaminação porque o resto do hospital continua trabalhando normalmente e o Hospital Universitário é um hospital que a gente chama de alta complexidade. Ele só pega os casos mais complicados e no caso da Covid também, a gente tá pegando Covid e mais complicações".

Contratação de funcionários

"Foram feitas as reformas agora, nós estamos recebendo mais ou menos 100 novos funcionários para trabalhar exclusivamente nessa ala do Hospital Universitário que é a unidade Covid-19, que tem 14 leitos novíssimos de UTI, mais 16 leitos de enfermaria e 8 leitos que a gente chama de pré-alta, que é aquele que o paciente sai da UTI , do respirador e fica nesse estágio antes de ser liberado. Uma ala novinha construída em 60 dias".

Atendimento continua sendo regulado pelo Cora

"O hospital continua funcionando. Lembrando que o Hospital Universitário não é uma porta aberta, o hospital universitário é um hospital de alta complexidade, é um hospital terciário e ele só recebe quem é enviado pelo sistema regulador de saúde do estado, pelo Cora. Então só os pacientes recomendados pelo Cora vão para o hospital da Universidade e lá tenha a certeza que ele vai ter o atendimento da melhor qualidade de nível mundial".

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