Por G1 AL


Gráficos apontam data do provável colapso caso medidas de isolamento social não sejam cumpridas — Foto: Ascom UFAL

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) divulgaram nesta quarta-feira (6) a atualização de um estudo feito em abril que aponta um provável colapso na rede de saúde, caso a população não cumpra as medidas de isolamento social determinadas pelo governo do estado.

O estudo foi feito a partir de análises matemáticas e a atualização tem como base as novas medidas publicadas no Diário Oficial de terça (5). Segundo os professores Askery Canabarro, da Ufal em Arapiraca, e Sérgio Lira, do Instituto de Física da Ufal, responsáveis pela pesquisa, caso uma parte da população (70%) continuar circulando pelas ruas nos próximos dois dias, o colapso pode acontecer.

“A data provável do colapso sem intensificação de isolamento é 15 de maio. Os gráficos mostram que a intensificação da quarentena pode ser a solução para evitar o colapso hospitalar, mas como tais políticas não possuem efeitos instantâneos, a medida precisa ser tomada com antecedência. É preciso o engajamento da população neste momento, uma vez que já se tem conhecimento que hospitais da capital estão chegando ao limite. Assim, se antes já se fazia necessário todo cuidado, agora a precaução dever ser em dobro”, reforçam os pesquisadores.

Os novos dados são parte do modelo matemático criado por um grupo de pesquisadores, que calcula a propagação da Covid-19 no Brasil. Com base nele, os estudiosos concluíram que se houver uma intensificação do isolamento a partir de quinta (7) ou sexta (8), ainda existirá a possibilidade de os alagoanos que necessitarem de UTI encontrarem vagas nesses leitos. Isso se o estado cumprir a promessa de ampliar a capacidade já existente com 145 novos leitos previstos.

Porém, se a intensificação só acontecer depois dessas datas, a possibilidade de não haver mais leitos é grande, levando Alagoas ao colapso hospitalar e acelerando a curva de mortalidade tanto por coronavírus, quanto por outras patologias que necessitem de cuidados intensivos.

“É possível demonstrar que uma semana de quarentena intensa é muito mais eficaz do que várias semanas de isolamento voluntário com níveis em torno de 50% de isolamento. Precisamos ter o máximo de precaução para evitar que Alagoas não alcance estágios críticos como já vistos em outros estados da federação”, dizem os pesquisadores.

A pesquisa teve a colaboração remota de três físicos do Instituto Internacional de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ajustada à realidade com a contribuição dos médicos que atuam em hospitais consolidados e centros de combate a doenças infecciosas. O trabalho envolveu físicos da Ufal e da UFRN, médicos da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, do Centro de Teste e Aconselhamento de HIV/Aids da Bahia e da Escola Superior de Ciências da Saúde do DF.

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