O alto número de casos suspeitos de Covid-19 em Alagoas, a exemplo do boletim epidemiológico da Sesau dessa segunda-feira, 02, que trouxe 2.118 casos em investigação laboral, acompanhado de uma queda acentuada no número de mortes pela doença, tem intrigado a comunidade cinetífica.
Para os pesquisadores do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, que reúne pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o contraste entre os dois índices traz incertezas ao real cenário da covid-19 em Alagoas.
"A grande questão continua sendo os casos suspeitos. Neste último relatório trazemos um gráfico que evidencia que, em pelo menos dois períodos, a queda de casos coincide com o aumento de suspeitos. Como temos nos manifestados há várias semanas, nossa preocupação é sobre a possibilidade desses dados estarem distorcendo a realidade", alertou o coordenador do Observatório, o pesquisador Gabriel Bádue.
A figura abaixo mostra o comportamento do número de novos casos e casos suspeitos, por semana epidemiológica, entre a 28ª e 44ª SE. Segundo o Observatório, pelo menos em dois períodos, entre a 33ª e 35ª e entre a 38ª e 43ª , a queda do número de casos foi acompanhada pelo aumento de casos suspeitos.
Forte tendência de crescimento
Nesta última atualização, referente à 44ª Semana Epidemiológica, o Observatório citou ainda um estudo da Fiocruz que colocou Maceió entre as 10 capitais do Brasil "com forte tendência de crescimento a longo prazo (seis semanas) de casos de Covid-19".
"Ressaltamos para a necessidade da manutenção das medidas de monitoramento e controle da transmissão do novo coronavírus para evitarmos o estabelecimento de novas ondas de contaminação em Alagoas", concluiu o Observatório da Ufal.
Sobre a alta de casos suspeitos, o TNH1 entrou em contato com a Sesau e aguarda uma resposta.