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Maceió,
Nº 5700
Opinião

AS BOAS E VELHAS FEDERAIS

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Por Editorial | Edição do dia 21/10/2020

Matéria atualizada em 21/10/2020 às 04h00

De acordo com os resultados divulgados ontem pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, estudantes de universidades públicas federais e de cursos presenciais têm os melhores desempenhos em avaliações que medem a qualidade dos cursos de educação superior no País. Entre as federais, 46% dos cursos ofertados conseguiram conceito 4, e 24,1%, conceito 5, que é o mais alto.

Já entre as instituições privadas com fins lucrativos, aquelas que concentram o maior número de estudantes matriculados que fizeram a avaliação, 11% dos cursos obtiveram conceito 4 e 1,4%, conceito 5. A maior porcentagem dos cursos em instituições privadas com fins lucrativos obteve conceito 2, ou seja, “abaixo da média”, 40,9%. Os números mostram que, apesar das deficiências, as universidades públicas continuam oferecendo um ensino de qualidade. Nos últimos anos, entretanto, as instituições têm sofrido com constantes cortes de verbas, o que acaba gerando demissão de terceirizados, contas acumuladas e obras de expansão paradas por falta de verba. Nas últimas décadas, o Brasil viveu um período de grande expansão do ensino universitário. Entre 2004 e 2014, o número de pessoas entre 18 e 24 anos matriculados em cursos superiores subiu de 32,9% para 58,5%, graças ao aumento de vagas nas universidade federais – entre 2007 e 2011, o número de matrículas aumentou 63,7% e passou de 159.448 para 261.090 – e também a programas como o ProUni e o Fies, para acesso a instituições particulares. No caso de Alagoas, por exemplo, houve a interiorização da Ufal, que ampliou o acesso de estudantes do Agreste e do Sertão ao ensino superior. Em qualquer sociedade moderna, o ensino superior é um dos motores do desenvolvimento, já que as universidades atuam em três frentes: ensino, pesquisa e extensão. Ao precarizar as instituições de ensino, o País está de certa forma comprometendo seu futuro. Além disso, é preciso combater certos preconceitos partilhados inclusive por integrantes do governo em relação às universidades. É preciso fortalecê-las.

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