Por Cau Rodrigues e Heliana Gonçalves, G1 AL


Movimento no centro de Maceió durante a pandemia do coronavírus — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Alagoas continua, oficialmente, na fase vermelha, mas diversas regras do documento original vêm sendo flexibilizadas a cada renovação do decreto estadual. Questionado pelo G1 sobre o impacto dessas medidas, o pesquisador Gabriel Badué disse, nesta quarta-feira (28), que "o risco pandêmico em Alagoas ainda é alto e justifica a manutenção das medidas de controle até que evidências mais robustas sejam verificadas".

O Protocolo Sanitário de Distanciamento Social Controlado estabelece diretrizes e permissões durante a pandemia do coronavírus, determinando o que pode e o que não pode abrir, de acordo com a fase em que o estado estiver classificado — são cinco cores: vermelha, laranja, amarela, azul e verde.

"Esperamos que tais mudanças não tenham impacto na tendência de desaceleração observada na última semana para que possamos começar a observar novamente evidências de controle. Para tanto, é imprescindível a conscientização da gravidade da atual situação pandêmica que ainda é crítica e a responsabilidade de cada cidadão para o cumprimento das medidas de controle", afirma Badué, que é coordenador do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para Enfrentamento da Covid-19, da Ufal.

Para relaxar as proibições, o governo do estado considerou a redução de novos casos, mortes e de ocupação hospitalar, tendência observada também pelo Observatório. Contudo, os pesquisadores avaliam que seria necessário um intervalo maior de queda para garantir que a pandemia está sob controle.

"Essa desaceleração foi inicialmente notada na estabilização da incidência de casos que nas últimas semanas, com exceção da 15ª semana epidemiológica, ficou em um patamar próximo a 4.700 casos. Já ao longo da 16ª SE foi observada a primeira redução no número de óbitos em mais de dois meses, ainda que pequena, e queda na taxa de ocupação hospitalar, que se mantinha próxima de 90% há cerca de trinta dias. No entanto, apesar dos indícios apontados acima, os números registrados na última semana epidemiológica continuam em um nível alto", alerta.

Questionado sobre como avaliava a decisão do Estado em flexibilizar as regras, Badué disse que, "considerando que a matriz de risco, bem como os indicadores que a compõe, não são públicos, não temos como avaliar pontualmente a decisão do governo estadual".

O pesquisador lembrou, no entanto, que independentemente das proibições ou permissões dadas pelo governo, é essencial manter os cuidados pessoais básicos.

"O distanciamento social, a higienização das mãos e o uso da máscara continuam sendo fundamentais para vencermos essa batalha enquanto não atinjamos a imunidade coletiva, única forma efetiva de controlar a transmissão", afirmou.

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