Trabalho da Ufal ganha prêmio em desafio realizado pela Universidade de Roma

Enquanto o Brasil vai brilhando nas Olimpíadas de Tokyo, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vai se destacando na Ciência do Esporte. O professor Filipe Sousa, do Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe), foi premiado num evento internacional realizado pela Universidade de Roma em parceria com o Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE), no último mês de junho.

O capítulo italiano do IEEE promoveu um curso de verão envolvendo o uso de sensores para medição do movimento humano durante a prática de exercícios físicos. Filipe e seu aluno Tássio Lima, do Programa de Pós-graduação em Nutrição da Ufal, foram os únicos representantes do Brasil e conquistaram o 2º lugar no desafio proposto pelo evento.

Os organizadores forneceram duas opções de dados de referência e dados medidos por instrumentos chamados wearables, conhecidos como dispositivos “vestíveis”, a exemplo de relógios, cintas e capacetes que utilizam tecnologias para fornecer métricas relacionadas à atividade física.

A base de dados escolhida pelo professor foi sobre a validade do controle das frequências cardíaca e respiratória como alternativa para o controle de carga de exercício, tendo como critério a percepção subjetiva do esforço. “O trabalho verificou a validade desses wearables em relação ao padrão ouro, ao instrumento de laboratório. Comparamos a validade da frequência respiratória com a frequência cardíaca para verificar qual desses parâmetros melhor representa a intensidade de esforço”, explicou.

Segundo o professor Felipe, o mais comum é usar a frequência cardíaca para medir intensidade-esforço, mas já se estuda a frequência respiratória como uma melhor opção indicativa. “Enquanto você faz exercício, a frequência cardíaca tende a estabilizar, ficando no mesmo valor, mas você vai se sentindo cada vez mais cansado. Em contrapartida, a frequência respiratória continua subindo, subindo, até que o exercício pare. Então, talvez ela seja o melhor indicador de cansaço, enquanto a frequência a cardíaca pode estar melhor relacionada à demanda de esforço em um dado momento”, ressaltou o professor, explicando o que o trabalho avaliou.

Foram premiados os oito melhores resumos com abordagem científica sobre os dados, concluídos no prazo de uma semana. E como segundo colocado do desafio, o trabalho da Ufal recebeu um valor em euro.

“O emprego de sensores para medição de sinais biológicos tem ganhado atenção devido a sua aplicação desde o contexto educacional, passando pela promoção de saúde e chegando até ao esporte de alto rendimento. É um Laboratório de Ciências Aplicadas ao Esporte, tema que nos interessa bastante, no Iefe e no Lacae [Laboratório de Ciências Aplicadas ao Esporte], onde atuo, e também aos nossos parceiros da Computação e da Química. Além disso, a participação dos alunos em eventos como esse atesta os esforços da instituição no sentido da internacionalização da formação. O Tássio, aluno do PPGNUT, teve êxito na avaliação de conceito do evento e, com isso, pôde solicitar o aproveitamento do curso como créditos eletivos para seu mestrado. Foi muito gratificante poder estar entre pesquisadores e estudantes de pós-graduação de diversos lugares do mundo, e o destaque que alcançamos mostra que não estamos longe do que é feito no âmbito internacional”, declarou o professor.

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